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Assentos e acomodações são inadequados, queixam-se as jornalistas e militantes Pollyane Marques e Thelma Lavagnoli
Por: Fernanda Alves
“A gente nunca vê uma pessoa gorda representada no lugar de divulgação do turismo. Como que eu vou me sentir representada se eu não me vejo lá?”, questionou a ativista Pollyane Marques, criadora do perfil Viaja, Gorda, ao lado da também jornalista e ativista gorda Thelma Lavagnoli. A conversa entre as duas foi promovida e transmitida, na tarde desta terça-feira, 24, pelo canal do Sesc-SP no YouTube, para debater o tema “turismo e preconceitos: gordofobia”.
Reivindicando espaços físicos mais adequados à população que não se encaixa nos padrões de peso considerados ideais para a sociedade brasileira, Pollyane questionou o imaginário do turismo que vigora no país. “Quando você pensa em uma propaganda de turismo, o que te vem à cabeça? Acho que para a gente que mora aqui no Brasil, vem aquela imagem da praia, com pessoas magras, de biquíni, caminhando à luz do pôr do sol”.
Durante o debate, a ativista Pollyane contou que a motivação para criar o perfil no Instagram surgiu a partir de suas experiências vividas em algumas viagens, dentre elas, em Portugal, no ano de 2016. “Eu me machuquei quando fui tomar banho: ou eu me arriscava a passar pelo box do banheiro ou eu não tomava banho”, disse Pollyane.
Thelma Lavagnoli, outra militante do movimento antigordofóbico, afirmou que o planejamento para as mulheres gordas, quando vão viajar, é bem mais complicado que para as mulheres magras, pois são obrigadas a pensar nas condições de acessibilidade das hospedagens, se os passeios ou se as cadeiras dos restaurantes suportam pessoas gordas. Essa questão de especificações é um ponto que os portais e empresas de viagens precisariam pensar melhor, segundo ela.
“Uma pessoa gorda vai ter que fazer uma pesquisa muito maior no começo da viagem. Eu, por exemplo, que sou lésbica, evito lugares que são homofóbicos. Mas assim como isso, eu vou pesquisar se a cama vai suportar o meu peso e o da minha esposa, porque minha esposa também é uma mulher gorda”, disse Thelma, refletindo o drama que também é vivido pelos casais hetero.
Durante a conversa, Pollyane Marques ressaltou que a expressão gordofobia precisa ter maior visibilidade, pois se trata de um comportamento preconceituoso, que reflete a falta de empatia por parte das pessoas.
“A gente não tem empatia por aquilo que a gente não conhece. E como a gordofobia é uma coisa que a gente ainda fala de forma muito incipiente, eu acho que é isso. Esses espaços de troca para a gente conhecer, para a gente quebrar um pouco essa estrutura de preconceito e depois poder multiplicar e fazer o turismo mais acolhedor”, diz Pollyane.
Aqui, acesso ao link da íntegra do debate turismo e preconceitos.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Fernanda Almeida
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