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Espaço vem se preparando para receber visitas agendadas no futuro pós Covid
Por Lucas de Biazzi Neves
O administrador de empresas, Alexandre Gastaldo Badolato, sempre foi apaixonado por carros e histórias. Essa paixão se dá principalmente pelos carros da década de 1970 e 1980, modelos que fizeram parte de sua infância e que foram motivos de desejo em sua adolescência. Vendo modelos raros, muitas vezes sendo destruídos e abandonados pelas ruas, por consumirem muito combustível, decidiu começar ainda nos anos 90 a comprar e guardar esses veículos. O que era para ser algo despretensioso, chega hoje a mais de 250 carros no acervo, entre restaurados e para restauração.
No espaço, o visitante poderá conhecer modelos interessantes, como os três últimos tipos de carroceria da linha Opala/Caravan produzidas (cupê, quatro portas e ambulância), o último Dodge da Carroceria A, produzido em todo mundo (Dodge Dart 1981 modelo brasileiro), um autêntico caminhão de bombeiros Dodge dos anos 70 e clássicos carros americanos, com participações em diversos filmes, como Dodge Challenger 1970, Dodge Charger 1968 e Plymouth Road Runner 1968, por exemplo.
O local recebeu o nome de Museu Dodge, marca americana muito conhecida mundialmente por seus modelos equipados com motores V8, que se tornou sinônimo de potência e velocidade nos anos 70. Mas nem por isso a coleção é exclusiva de uma única empresa. O acervo conta com uma grande variedade de modelos nacionais e importados, de diversas marcas, passando por diversas décadas, mas sempre com alguma importância colecionável para a história automotiva.
Administrar uma coleção tão grande não é uma tarefa fácil, segundo Badolato. A maior dificuldade encontrada é a escassez de recursos financeiros, materiais e até recursos humanos. Segundo ele, atualmente tem-se um grande déficit de profissionais capacitados para trabalhar nesses veículos. Existe também um limite para ser investido no projeto, e isso foi uma das razões do projeto estar localizado no interior. “A ideia de construir o espaço no interior tem uma justificativa simples. Além de ter tido bastante contato com o local em sua infância, em um antigo sítio da família, o metro quadrado para uma construção desse tamanho em São Paulo tornaria o projeto inviável, pois o maior gasto com o espaço sacrificaria a quantidade de carros no acervo”, conta.
Para poder abrigar sua coleção com segurança, Badolato decidiu recriar o cenário histórico baseado nas gerações passadas. Construiu em sua propriedade, na zona rural de Artur Nogueira – SP, galpões com a arquitetura inspirada em prédios industriais antigos. O trabalho realizado em parceria com sua esposa, a engenheira Luciana Bernasconi, teve como inspiração o visual de antigos galpões da zona industrial de São Paulo do começo do século XX, trabalhando em conjunto com a modernidade e segurança de uma construção atual, pensando na conservação dos carros.
Atualmente, o espaço conta com três galpões prontos, uma construção inspirada em uma estação ferroviária nos moldes de estações antigas do interior do estado de São Paulo, onde são feitas as confraternizações e recepção de pessoas no espaço. Para que os carros possam rodar sem sair da propriedade e em segurança, foi construída uma pista no entorno dos galpões. O quarto galpão, em construção, será o maior do espaço, contando com dois andares e rampas de acesso para facilitar a locomoção dos veículos. Isso possibilitará que todas as relíquias estejam no mesmo espaço. O projeto conta com um galpão alugado, encarecendo o custo de operação do museu.
Diferente da grande maioria das coleções de veículos antigos, em que o acervo fica em local sigiloso e longe do público, com os carros estáticos, o projeto do museu segue por outra linha. O plano traçado é que os carros estejam sempre em condições de uso, com as baterias de energia e fluidos de óleo no lugar. Outra ideia é manter o espaço apto para receber as pessoas, para que vejam os carros, conheçam as suas histórias e percebam como a tecnologia automotiva evoluiu.
Uma das pessoas que já teve a chance de conhecer o museu pessoalmente foi o jornalista Felipe Bitu. Bitu conta que quando esteve pela primeira vez no museu, foi uma realização pessoal muito grande. “Minha primeira visita foi no ano de 2014. Senti um enorme sentimento de realização pessoal pois há muito queria conhecer tal lugar. Não é apenas um depósito de carros. É todo um ambiente. Para mim estar nesse lugar é uma sensação de privilégio, pois são poucos os colecionadores que oferecem um carro do próprio acervo para que outra pessoa conduza ”, afirma Bitu.
Para quem quiser aprender mais sobre o assunto, pode acessar o canal do museu no Youtube: Agbadolato https://www.youtube.com/c/agbadolato Nele é possível conhecer os veículos do acervo e concorrer a vagas para o evento “Badola Experience”. Nesse evento que será realizado no final do ano e com número limitado de pessoas, as pessoas sorteadas conhecerão o acervo do museu e participarão de uma gincana, onde o vencedor poderá escolher um entre três carros ofertados como prêmio.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Letícia Almeida
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