Destaque

Polarização no chat marca visita de ministro ao Sirius

Marcos Pontes, em Campinas, ouve explicações da biofísica Ana Carolina Zeri sobre acelerador de partículas

O ministro Pontes (dir.) ouve explicações da biofísica Ana Carolina Zeri nas dependências internas do prédio que abriga o acelerador Sirius, em Barão Geraldo (Imagem: YouTube)

Por Oscar Nucci

Nos textos postados no chat da transmissão, um embate entre bolsonaristas e não bolsonaristas, em meio a mais de 1.500 participantes virtuais, marcou ontem a visita do ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, ao acelerador de partículas Sirius, um dos maiores do mundo, no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Barão Geraldo. Não faltaram elogios entre os primeiros, nem o uso de expressões como negacionismo e ignorância entre os contrários ao governo.

Os apoiadores de Bolsonaro, na visitação virtual destinada a jovens do ensino médio, elogiaram no chat a construção do acelerador, como se fosse obra do atual governo. No entanto, o projeto do Sirius foi aprovado na gestão de Lula e sua construção começou em 2012, no governo de Dilma Rousseff. A construção do acelerador foi exaltada como um grande feito do país pelo próprio ministro Pontes, ao afirmar que “mais de 80% foi construído com tecnologia nacional, gerando emprego no Brasil, riquezas para o Brasil”.

No chat da transmissão, mensagens contra e a favor de Bolsonaro na visitação de Pontes às instalações do maior acelerador de partículas brasileiro (Imagem: YouTube)

A coordenadora e responsável pela construção e operação da linha Manacá do Sirius, onde através do Raio X emitido pelas partículas aceleradas pode-se analisar microscopicamente moléculas como proteínas, a biofísica Ana Carolina Zeri explicou que a linha tem ajudado no combate ao coronavírus. Através de análises de enzimas e proteínas do vírus que causa a Covid-19, é possível descobrir quais anticorpos ou moléculas são necessários para produzir vacinas e medicamentos efetivos contra a doença, disse.

Ainda em relação ao combate do novo coronavírus, o ministro Pontes citou a pesquisa feita em torno do medicamento Nitazoxanida que, em pesquisas junto a outros dois mil medicamentos na linha Manacá do Sirius, comprovou ser eficiente na redução dos sintomas da doença que já matou mais de 430 mil brasileiros.

Ana Carolina explica a importância do equipamento para análises de enzimas e proteínas do vírus que causa a Covid-19 (Imagem: YouTube)

O ministro anunciou uma parceria com a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, conhecida como CERN. Segundo Marcos Pontes, o convite para o Brasil estar na organização foi feito há dez anos, tendo sido agora tirado “da gaveta”. De acordo com o ministro, essa parceria permitirá a empresas brasileiras venderem equipamentos para a instituição europeia, podendo haver troca de materiais e conhecimento entre os pesquisadores do CERN e os brasileiros.

Com o anúncio da participação do Brasil como membro associado da CERN, Pontes também apontou a oportunidade de acadêmicos participarem de empresas de tecnologia que seriam beneficiadas com a parceria do país com a organização europeia. “Nós precisamos de mais mestres e doutores no setor privado do Brasil”, comentou o ministro.

Além de incentivar a formação de mestres e doutores, Marcos Pontes também procurou incentivar a formação de alunos no ensino técnico, que possam buscar oportunidades nessa área, incluindo a própria CNPEM, que possui estágios para escola técnica. “É importante incentivar este ensino técnico no país”, comentou o ministro. Ele ainda contou que, quando jovem, cursou quatro formações técnicas que o ajudaram a se manter e evitar gastos familiares. “Eu tinha que me virar”, complementou Marcos Pontes.

Os diálogos travados no chat da transmissão indicaram que participaram do evento alunos de diversos Estados do país. A transmissão da visita, no canal do CNPEM no Youtube, foi feita com uma câmera e um microfone que eram levados por dois funcionários ao longo de toda a circulação dos participantes do evento.

Aqui, acesso à visitação às dependências do acelerador Sirius.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Letícia Franco


Veja mais matéria sobre Destaque

Provão Paulista incentiva estudantes da rede pública


Desde 2023, a prova seriada se tornou porta de entrada para as melhores universidades do Estado de São Paulo


Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física


Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas


Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica


Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa


Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas


São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas


Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024


Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade


Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata


Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.