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Marina Massaioli pesquisou startups que geram emprego e renda ao investirem na sustentabilidade
Por: Alessandra de Souza
Uma pesquisa de iniciação científica, conduzida pela então estudante Marina Ardito Massaioli, de Administração de Empresas com foco em comércio exterior, concluiu que os chamados negócios sociais tendem a se transformar em emprego, fonte de renda e mecanismo de democratização do consumo. De acordo com ela, o consumo democratizado equivale à maior circulação de bens entre as parcelas tradicionalmente excluídas do mercado consumidor em função da baixa renda.
Segundo Marina, graduada no ano passado pela PUC-Campinas, os negócios sociais são fruto de ações empreendedoras, geralmente focadas em inovação social com o objetivo de mitigar problemas sociais de forma sustentável. “Com isso, esses negócios têm potencial para democratizar o acesso a produtos e serviços”, disse ao observar que a incorporação de parcelas ao mercado consumidor favorece o desenvolvimento econômico e torna mais sólido o mercado interno.
“A partir do momento em que você dá a possibilidade a um grupo de se inserir na sociedade, você possibilita a esse contingente social fazer parte do mercado de trabalho e do mercado financeiro. Ele passa a participar da economia como um todo, sendo este o principal aspecto da democratização”, disse Marina.
Em sua pesquisa, Marina procurou estudar quais aspectos têm potencial para tornar sustentável um negócio caracterizado como social. Para tanto, a jovem fez um estudo de caso a partir da aceleradora de negócios sociais Artemísia. A instituição – sediada em São Paulo – atua nos níveis financeiro e gerencial, buscando fomentar e assessorar empreendimentos focados nos negócios sociais.
Marina explica que foram selecionados quatro negócios sociais apoiados pela Artemísia, entre os quais o empreendimento So+Ma, que é um programa de fidelidade no qual a população de baixa renda troca objetos recicláveis por pontos que podem ser revertidos em alimentação e cursos profissionalizantes, entre outras possibilidades.
O projeto So+Ma já conta com 5 unidades de coleta de reciclagem na capital do Estado e outras duas na cidade de Salvador (BA). Cerca de 4 mil famílias são atendidas, e cerca de 300 toneladas de resíduos, como plástico, metal, vidro e alumínio já foram convertidos em pontos e encaminhadas à reciclagem.
Outros três negócios estudados por Marina são as startups Simbiose Social, Quero Quitar! e Redação Online. A primeira é uma plataforma focada em aproximar projetos sociais de tecnologia e possíveis financiadores; a segunda é uma plataforma voltada à quitação de dívidas, intermediando o interessado às empresas ou instituições financeiras junto às quais precisa saldar pagamentos não efetivados; e a terceira dá orientações, dicas e faz correções de redação para os que precisam se aprofundar no conhecimento da língua para realizar provas ou participar de processos seletivos.
De acordo com Marina, os exemplos pesquisados podem ser descritos como startups inovadoras de interesse social, pois se caracterizam como empreendimentos que alavancam segmentos da sociedade, geram emprego e renda para os envolvidos e captam recursos para investir nas populações beneficiadas. Segundo a jovem, a pesquisa apontou que existe viabilidade econômica – para empresas públicas e privadas – ao investir em negócios sociais.
Marina aponta que o negócio social é uma demanda hoje em crescimento no Brasil. “A sociedade está cada vez mais consciente de que empresas devem ser responsabilizadas, além dos governos, por mitigar problemas sociais”, afirmou.
“Os empreendedores sociais colocam para funcionar um negócio de forma a minimizar problemas sociedade. O lucro gerado é totalmente reinvestido no empreendimento e na parte social onde encontram os problemas que pretendem minimizar”, explicou a administradora.
O financiamento do negócio social – aponta Marina – é um dos maiores desafios para o desenvolvimento das startups sociais, sendo uma barreira difícil de superar para a implantação de novos empreendimentos. “De um modo geral, as startups precisam de um empurrão maior, de empresas especializadas e aceleradoras”, explicou. A administradora aponta que os governos também podem ser financiadores desta atividade, incentivando os projetos através de subsídios.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Beatriz Mota Furtado
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