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Mulheres vêm cada vez mais conquistando o seu espaço no mercado
Por Michele Miranda e Paula Perez
O empreendedorismo feminino tem crescido conforme as mulheres têm ganhado mais destaque e direitos na sociedade. Segundo dados do último levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 24 milhões de brasileiras são classificadas como empreendedoras. “O apoio das mulheres entre elas e a necessidade da independência foi passado por gerações, as filhas não queriam ser dependentes de seus maridos e sofrer o que as mães sofriam, e foram mudando esse cenário”, afirma André Nunes, economista especializado na Universidade Federal Rural- UFRRJ.

Para o economista André Nunes, o empreendedorismo das mulheres passou por uma transformação no comportamento das novas gerações (Foto: Arquivo Pessoal)
De acordo com o economista, os homens usavam a questão financeira para fazer chantagens e manter as mulheres em um relacionamento abusivo, depois que o cenário mudou, o aumento dos divórcios. De acordo com a mesma pesquisa do Sebrae é comum as mulheres se tornarem a principal fonte de renda da casa. Nos últimos anos, o número de mulheres que injetam mais dinheiro em seus lares subiu de 38% para 45%.
André destaca e exemplifica cenários que ficaram mais fáceis após o aumento da tecnologia “O micro-ondas, fogão a gás, máquina de lavar roupas, mais acesso à educação infantil, possibilitaram mais tempo para que as mães deixassem de fazer só o papel de dona de casa e pudessem a empreender ou simplesmente executar funções como trabalhadora comum”, explica.

Mesmo com a pouca idade, a estudante e empreendedora Maria Fernanda Correia já pode mostrar os produtos de sua própria loja (Foto: Arquivo Pessoal)
Maria Fernanda Corrêa, com apenas 16 anos, já começou a empreender e conta que sempre quis ter o seu próprio dinheiro “Eu não podia trabalhar fora porque atrapalharia os meus estudos, foi então que eu quis abrir o meu próprio negócio, que incluiria todas as faixas etárias e públicos, e ver se realmente daria certo. Eu sempre via no Instagram, em shopping, essas lojinhas que vendiam decorações. Eu ficava louca, pois sou apaixonada nisso, e também acho diferenciado, porque não é sempre que as pessoas querem presentear as outras com perfume, roupas ou chocolate”, diz.
Maria Fernanda relata que a lojinha foi ótima para ela ter noção das coisas, pensar mais no próximo, já que as pessoas têm gostos diferentes. “Vou fazendo tudo conforme eu posso, eu divulgo, alguns amigos me ajudam e assim vai fluindo. Por enquanto estou somente com ela on-line por conta desta pandemia, a qualquer momento pode fechar o comércio. Mas pretendo abrir a loja física”, aposta.

Sabrina Cosentino não poupa esforços para atuar no emprego de profissional da saúde e na sua boutique de cabelo (Foto: Arquivo Pessoal)
Sabrina Consentino, formada em enfermagem, teve a sua experiência com o empreendedorismo e afirma que não se arrepende de ter feito enfermagem, pois sempre tocou em seu coração a ideia de cuidar dos seres humanos. Ela tem também boutique de cabelo e relata que usa mega hair, alongamento capilar, há muito tempo e como em sua cidade não tinha nenhuma loja que focava nisso, ela achou a ideia interessante. “Temos que escolher algo que sabemos que vai dar retorno. Mas nem sempre isso dá certo. As vezes no final do mês, temos um bom dinheiro, as vezes não, e temos que usar o capital de giro. Isso acaba sendo desanimador”, desabafa Sabrina.
Para Sabrina, trabalhar com o que gosta é apaixonante, independente dos desafios. “A faculdade me ensinou a parte prática e teórica, mas a parte da vida quem ensina é a nossa trajetória profissional. Levamos muitos tombos e acabamos aprendendo como devemos agir diante das situações. Hoje voltei para enfermagem e trabalho em uma UTI”, relata.
Segundo ela a loja foi uma oportunidade de crescimento, pois viu como é difícil empreender e lidar com o público. “Muitas vezes pegamos pessoas tristes que perderam o cabelo, que fazem tratamento para câncer, e conseguimos renovar a autoestima. Isso é gratificante na loja e na enfermagem, onde pude levar felicidade para as pessoas”, finaliza.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Luiz Oliveira
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