Destaque
Priscila Martins, técnica da Fiocruz, participa de evento sobre vacina na PUC-Campinas
Por: Emily França e Leonardo Fernandes
“Foi uma verdadeira luta contra o tempo. Parece que foi algo rápido, mas o mundo parou para fazer isso; a indústria parou para produzir vacinas”, disse a técnica em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Priscila Martins, ao considerar as contestações sobre a surpreendente rapidez na descoberta da vacina contra a Covid-19, durante webinar realizado pela PUC-Campinas, na tarde da última quinta-feira (15). O evento online abordou a produção e o controle de qualidade da vacina contra Covid-19 produzida no Brasil, na unidade de Bio-Manguinhos, da Fiocruz – com tecnologia desenvolvida pela Universidade de Oxford e a multinacional AstraZeneca.
Para explicar o envolvimento da Fiocruz na produção da vacina em território nacional, a profissional contextualizou a pandemia no Brasil, desde o período em que o surto foi considerado uma emergência de saúde pública, até a declaração da pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde), entre janeiro e março de 2020. A partir disso, segundo Priscila, os laboratórios de Bio-Manguinhos foram readequados para receber os insumos da vacina de Oxford/ AstraZeneca e iniciar a produção. Ela ainda contou que um prédio está sendo preparado para, a partir do segundo semestre, iniciar a produção do próprio IFA (ingrediente farmacêutico ativo) e alcançar a produção totalmente brasileira da vacina.
A respeito da transferência de tecnologia para a Fiocruz produzir as vacinas, Priscila disse que o ambiente da universidade precisa ser visto e que as instituições de pesquisas precisam receber investimentos. “Cabeças pensantes existem em qualquer lugar e é disso que precisamos, trazer esta realidade para o nosso mundo. A Fiocruz sempre vai buscar sua independência. Não é apenas comprar sem fazer mais nada. O que puder ser feito para conseguirmos a tecnologia e produzir; faremos. Existe na Fundação Oswaldo Cruz esta ideia de conhecimento e transferência completa da cadeia produtiva”.
A técnica e líder da Frente Analítica do Projeto Vacina Covid-19 na Fiocruz explicou detalhadamente todo o processo de produção da vacina, desde o recebimento do IFA, vindo do exterior, até o envase e armazenamento do imunizante. Cada etapa é realizada sob análise das diretrizes gerais de fabricação de vacinas, estabelecidas pela Anvisa.
José Gonzaga Teixeira, diretor adjunto do Centro de Ciências da Vida, da PUC-Campinas e professor da Faculdade de Medicina mencionou a polêmica sobre a eficácia das diferentes vacinas e advertiu que não há a melhor vacina, independentemente da nacionalidade. Priscila completou afirmando que “tudo tem qualidade porque existe o órgão regulador para isso. A Anvisa avalia todas a vacinas e é confiar mesmo no trabalho deles, de pessoas muito competentes, independente do país que esteja vindo, todos temos que imunizar o mais rápido possível”.
A Fiocruz também é responsável pela produção de vacina contra outras doenças, como Febre Amarela. Priscila contou como foi atender ao calendário apertado de entrega das vacinas. “Foi um grande desafio para a equipe de planejamento, para a produção e a engenharia industrial conseguirem colocar tudo andando junto com a Covid-19”. “A partir do momento que o novo coronavírus foi sequenciado, tudo começou a ser feito. Acredito que esta pandemia, mesmo que muito dolorosa, vai fazer o mundo girar mais rápido com as tecnologias e talvez até o ebola e o HIV tenham vacinas”, completou Priscila.
No site da Fundação Oswaldo Cruz, é possível conhecer mais sobre os processos de produção das vacinas, acessando: www.bio.fiocruz.br.
Orientação: Profª Amanda Artioli
Edição: Emily França
Veja mais matéria sobre Destaque
Provão Paulista incentiva estudantes da rede pública
Desde 2023, a prova seriada se tornou porta de entrada para as melhores universidades do Estado de São Paulo
Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física
Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas
Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica
Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa
Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas
São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas
Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024
Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade
Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata
Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino