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Rafaela Brites diz que criar filhos precisa ser visto como uma tarefa também masculina
Por: Beatriz Mota Furtado
As mulheres brasileiras querem políticas públicas mais efetivas para conseguir melhor inserção no mercado de trabalho. Foi o que afirmaram lideranças femininas que participaram de um webinário promovido pelo jornal “Folha de S.Paulo” para subsidiar um caderno que circula na edição de hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Entre as medidas que defenderam, ao menos uma diz respeito diretamente aos homens, pois propõem o aumento da licença paternidade, para que possam dividir com eles todos os cuidados com os filhos. As participantes do evento criticaram também as desigualdades de gênero no meio social e empresarial.
A renúncia em assumir cargos mais elevados nos locais onde trabalham e a simples desistência de ingressar no mercado de trabalho são problemas que andam juntos, segundo uma das participantes do evento, a líder do setor de diversidade e inclusão da Microsoft Brasil, Alessandra Karine. “Além de contratar, é preciso manter, e saber os motivos pelos quais as mulheres abandonam os cargos e avaliar como o poder das políticas públicas poderia mudar isso”, apontou.
Entre as causas da baixa presença feminina no mercado de trabalho, de acordo com as participantes do debate, está a sobrecarga da rotina de cuidados com as tarefas domésticas e criação dos filhos, além do salário desproporcional entre homens e mulheres. De acordo com estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo lembraram as participantes do webinário, as mulheres ganham em média 20,5% a menos que os homens no Brasil.
Dados apresentados durante o webinário apontam que somente 17% das pessoas que concluíram o ensino superior estão nas áreas de tecnologia, entre as quais apenas 3% são mulheres. “Muitas desistem. Eu mesma já desisti de vagas de emprego por não me achar capaz”, apontou Rafaela Brites, influenciadora digital que aborda questões do empoderamento feminino em seu perfil no Instagram, outra das participantes do evento.
O aumento do período da licença paternidade foi uma das alternativas apresentadas pela professora de economia Cecília Machado, da Fundação Getúlio Vargas, colunista do jornal. “As políticas públicas atuais já relacionam o gênero com o cuidado aos filhos. Já se pressupõe então que esse é um dever exclusivo da mulher, e que ela vai doar mais tempo aos filhos do que o homem”, completou Rafaela Brites.
O webinário, que ocorreu na última quinta, 4, foi mediado pela jornalista Alexa Salomão, e contou também com a presença de Isabelle Christina, analista de negócios em Diversidade e Inclusão na Oracle, multinacional norte-americana de tecnologia e informática.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Letícia Franco
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