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Comentarista da CNN-Brasil, com 1 milhão de seguidores, afirma que suas análises são técnicas

A comentarista Gabriela Prioli, em live: procuro manter uma narrativa independente (imagem: Instagram)
Por Fernanda Almeida
Em live realizada no Instagram na noite desta segunda-feira, 11, a comentarista política Gabriela Prioli, do recém inaugurado canal pago CNN-Brasil, disse que recebe críticas da esquerda e da direita nas redes sociais, uma vez que procura fazer análises técnicas, sem coloração ideológica. Ela foi entrevistada pela blogueira de moda Silvia Braz, para discutir o tema “A importância do bom jornalismo em tempos de crise”.
Na entrevista, Gabriela, 34 anos – advogada criminalista, profissão da qual se afastou há dois anos, e mestre em direito penal pela Universidade de São Paulo – apontou as dificuldades que encontra para manter o que chamou de “narrativa independente” perante as correntes políticas polarizadas no Brasil contemporâneo.
“Eu costumo dizer que eu apanho dos dois lados, dos dois extremos. Mas eu acredito ainda que a gente pode tentar incentivar o diálogo”, disse a comentarista.
Gabriela ganhou notoriedade em transmissões televisivas quando arrumou dois desconfortos na emissora ligada à rede internacional com o mesmo nome. Primeiro, quando se negou a opinar, em discussão ao vivo, a respeito de um tema que disse não dominar naquele momento. E segundo quando, menos de 30 dias depois de ingressar na emissora, fez um desabafo no Twitter sobre a frustração inerente a ter que fazer comentários superficiais.
Para a comentarista, o debate em torno de ideias conflitantes deve ser visto como algo positivo, uma vez que, na avaliação dela, é através da troca de ideias que se pode evoluir, adquirindo-se até a oportunidade para mudar uma visão ou fortalecê-la em razão dele.
Com cerca de nove mil espectadores na live, Prioli também criticou o desconhecimento de conceitos fundamentais para embasar uma boa análise política. O referencial teórico de esquerda e direita – um tema muito presente nos conflitos brasileiros dos últimos tempos – “é algo que poucas pessoas dominam no Brasil”, exemplificou.
“O comunista virou sinônimo de uma pessoa ruim, quando não é isso. Você pode até achar o comunismo ruim, mas é preciso saber o que as coisas significam”, ressaltou. De acordo com ela, o mesmo se aplica ao conservadorismo, enfatizando a necessidade de entender o contexto em que ele está sendo inserido e como ele difere em outras situações.
Graduada em direito criminal pela Faculdade Presbiteriana Mackenzie, Gabriela afirmou que, em parte, a difusão de fake news está ligada ao desenraizamento do mundo moderno, no qual as pessoas se sentem compelidas a encontrar grupos em busca vínculos para superar os dramas da solidão. Essa busca de reconforto – disse – faz com que as pessoas procurem informações que confirmem suas crenças, das quais não mais se distanciam pelo receio de perder os vínculos conquistados em redes sociais.
“Às vezes, se uma pessoa, em uma eleição, se definiu como algo, abrir mão disso é um processo doloroso”, comentou.
De acordo com ela, a literatura é o melhor mecanismo a partir do qual se pode conhecer as pessoas, habilidade indispensável a quem trabalha no campo do Direito ou do Jornalismo. Gabriela citou e recitou Fernando Pessoa, cuja obra completa já se encontra em domínio público, e indicou o escritor contemporâneo Valter Hugo Mãe como boas leituras para o período de distanciamento social.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Laryssa Holanda
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