Saúde
Análises do medicamento foram interrompidas pela Justiça
Por Jade Castilho
A polêmica pílula do câncer foi criada pelo professor Gilberto Cheirice da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) no final de 2015. O assunto tem repercutido nos mais diversos meios de comunicação após o encerramento das análises do medicamento e pedido de novas pesquisas pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A produção e venda da pílula foram suspensas pelo Superior Tribunal Federal (STF) em maio de 2016. Porém, a mesma substância é comercializada como suplemento alimentar pela internet por uma empresa nos Estados Unidos.
Uma pesquisa foi encomendada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) sobre os efeitos dessa pílula e sua composição no final de 2016. Ao todo, 45 cápsulas foram estudadas e testadas.
Luiz Carlos DiasU é um dos pesquisadores responsáveis por essa análise. O professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Pós-doutor pela Universidade de Harvard concedeu entrevista ao Digitais.
Qual a composição da pílula do câncer?
Detectamos que as pílulas têm cinco componentes. Aproximadamente, 32% de fosfoetanolamina e outros componentes, como monoetanolamina, pirofosfatos e outros fosfatos, que não deveriam estar presentes na pílula, por serem resíduos.
Quais foram os objetivos dos testes feitos em nome do MCTI em parceria com vários laboratórios de universidades brasileiras, como esse da Unicamp?
O objetivo de todo o trabalho da pesquisa era justamente detectar o que compõe as cápsulas, confirmar o percentual de cada um dos componentes. Nós queríamos ter detectado apenas a presença da fosfoetanolamina, de cálcio, ferro e zinco, o que não aconteceu, e preparar cada um desses componentes para teste in vitro e in vivo.
O que foi divulgado com os resultados dessa análise?
Nós esperávamos que as pesquisas continuassem a acontecer e que estudos clínicos em seres humanos possam ser feitos também, para termos respostas seguras se a fosfoetanolamina realmente é eficaz.
No entanto, pelo o que constatamos até agora, ela não apresenta uma atividade anti-câncer, mas uma das impurezas, a monoetanolamina, apresenta sim uma pequena ação contra a doença, mas 6 mil vezes menor que outros antitumorais que já são disponibilizados pelo sistema de saúde.
Os resultados iniciais mostram que a fosfoetanolamina não apresenta potencial para atuar sobre as células cancerígenas.
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