Ciência

Jornalistas precisam dominar a inteligência artificial

Por Bianca Freitas e Luísa Viana

O que os jornalistas precisam fazer para se adaptar às novas tecnologias? Em que momento a inteligência artificial começou a impactar a profissão? Como os profissionais podem se preparar para essas mudanças? 

Essas foram algumas das questões levantadas na Aula Magna organizada pela Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, nos dias 18 e 21 de março. O tema da aula foi “Jornalismo na Era da IA: Desafios, Ética e Oportunidades”, ministrada pela Profa. Dra. Cristiane Barbosa, pesquisadora pós-doc do Labjor Unicamp e professora da UFAM, com abertura da Profa. Dra. Graça Caldas, professora do Labjor-Unicamp. Cristiane destacou que a inteligência artificial não é um fenômeno recente, mas que com sua popularização o jornalismo precisa que os profissionais compreendam e dominem a tecnologia. 

A pesquisadora Cristiane Barbosa apresenta recomendações para o uso responsável da inteligência artificial no jornalismo (Foto: Marília Coimbra)

“A inteligência artificial já existia, mas a generativa está sendo cada vez mais popularizada e aplicada à profissão dos comunicadores. Então, é um momento em que o jornalista não tem que ter medo. Ele tem que se apropriar da tecnologia e dominá-la para não ficar fora desse novo contexto”, afirmou a palestrante. Segundo ela, novos cargos relacionados a IA estão surgindo no jornalismo ao redor do mundo. Por isso, os profissionais precisam aprender a utilizar essas ferramentas não só para facilitar, mas também para garantir a qualidade e a ética na produção de notícias.

O impacto da inteligência artificial no jornalismo levanta questões éticas em relação ao combate à desinformação. Cristiane ressaltou a importância da checagem de fatos e do olhar crítico diante desses conteúdos. Ela destacou, ainda, que não há espaço para ignorar a tecnologia: “Hoje você precisa dominar a técnica para trabalhar com ela e também para entender quando foi usada de maneira errada”.

Para Cecília Toledo, professora da faculdade de jornalismo da Puc-Campinas, a Aula Magna discutiu uma temática que está cada vez mais presente no dia a dia dos jornalistas. “Graças a este evento pudemos ampliar nosso conhecimento e também trocarmos experiências com uma pesquisadora que há anos estuda a influência da IA no jornalismo. Foi uma rica oportunidade de conhecermos e refletirmos sobre questões que perpassam a temática, como a responsabilidade social do jornalista e a sua ética no uso da tecnologia, na nossa prática diária”, avalia.

Comparando essa transformação tecnológica a momentos históricos anteriores, a palestrante citou o impacto da chegada da TV sobre o rádio, que levou a uma adaptação do meio, e não ao seu desaparecimento. A IA, segundo ela, não substitui o jornalista, mas altera suas funções e cria novas oportunidades. “A IA não é um meio, é uma ferramenta. Mas entendo que a mudança assusta. Já tivemos o trauma de que não é mais obrigatório diploma para ser jornalista, mas sabemos que as grandes empresas só contratam quem tem formação teórica e prática”, apontou.

Para a pesquisadora, levar esse debate para dentro da sala de aula é fundamental na formação dos futuros jornalistas. “Eu sou professora e faço questão de trazer esse estudo para os meus alunos, porque a IA já faz parte do presente. Precisamos formar profissionais preparados para lidar com essas novas tecnologias, entendendo seus limites, suas possibilidades e as questões éticas envolvidas. Não podemos permitir que saiam da universidade sem esse conhecimento essencial para o mercado de trabalho”, afirmou.

Profa. Dra. Graça Caldas faz a abertura do evento em que os estudantes de jornalismo discutiram os desafios da inteligência artificial na profissão (Foto: Marília Coimbra)

Para a futura jornalista Ana Beatriz Morales, a inteligência artificial deve ser usada apenas como ferramenta de auxílio na produção de notícias. A estudante acredita que o emprego da ferramenta deve ser supervisionado, pois não é o mesmo que uma pessoa produzindo o conteúdo. Para ela, as notícias devem ser escritas por humanos, já que os leitores são humanos.

A aula ministrada por Cristiane Barbosa levantou questões importantes sobre o futuro do jornalismo e o papel da inteligência artificial na produção de notícias. E embora a IA possa ser usada como ferramenta de auxílio na criação de conteúdo, a interação entre humanos continua sendo essencial para garantir a veracidade, a ética e a profundidade das informações, pilares de uma boa notícia.

Orientação: Profa. Karla Ehrenberg
Edição: Luísa Viana



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