Cultura & Espetáculos
Destino desejado para turnês globais, o país se destaca pela interação com os fãs, hospitalidade e riqueza cultural
Por Luiza Pessopane
Assim que uma turnê mundial é anunciada, a reação dos fãs brasileiros é imediata: Come to Brazil. Redes sociais como Twitter (X), Instagram e TikTok, tornam-se plataformas oficiais de mutirões e hashtags, expondo o desejo de que seus artistas favoritos venham ao Brasil. Entretanto, apesar da mobilização online ser um fator importante, nem sempre o clamor dos fãs é suficiente para ganhar força contra os desafios por trás da produção.
No final de agosto, durante seu show em Munique, a cantora Adele revelou ao público que tenta vir ao Brasil há 13 anos, mas enfrenta dificuldades logísticas. Esse comentário causou controvérsia nas redes, levantando discussões sobre os desafios que artistas internacionais enfrentam para se apresentarem no país. A assessora de imprensa Bianca Ceará explica que durante as negociações muitas perguntas são levantadas para estudar as possibilidades. “Por exemplo, você está trazendo um artista de fora, né? É interessante para aquele artista fazer alguns programas de televisão? É importante para aquele artista fazer uma coletiva de imprensa? Qual o melhor dia? Isso ajuda nos meus shows aqui no Brasil?”, reflete a responsável pela gestão da comunicação da dupla brasileira, Edson e Hudson.

Considerando que é preciso os shows acontecerem em locais estratégicos, as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro se destacam na seleção devido ao tamanho do mercado e à infraestrutura de arenas e estádios. Entretanto, cidades como Curitiba e Belo Horizonte também vêm ganhando notoriedade ao terem recebido nos últimos anos shows de grandes artistas como Harry Styles, Coldplay e Bruno Mars.
Apesar dos desafios, o Brasil continua sendo um mercado desejado por artistas internacionais que se sentem acolhidos pela recepção brasileira e é preciso valorizar essa lealdade conquistada de forma natural e singela. É nesse momento que uma boa equipe se faz necessária ao mapear o público-alvo através da coleta de dados por meio das tiqueteiras. “A equipe busca elementos no Brasil para que exista esse grau de maior aproximação, colocando ele como um preferido disparado”, conclui Bianca.
A estratégia compartilhada pela assessora também é frisada pela publicitária Nicolly Vila Nova. “O público consumidor atualmente precisa se sentir conectado com alguém que admira tanto, então é muito importante incluir aspectos culturais de cada local em alguma parte do espetáculo, seja em uma
arte para o Instagram, uma peça de roupa utilizada pelo artista, uma decoração diferenciada, qualquer mínima associação faz total diferença”, explica.

Por trás dos palcos de um evento há diversos cenários que podem acontecer e o público, imerso na magia daquele momento, não tem ideia das implicações envolvidas na produção. É por isso que o fã e profissional na área de Design, Igor Rogh, já tendo testemunhado as duas funções em prática, detalha a sua experiência nos festivais Primavera Sound e Rock in Rio. “Os bastidores são um ambiente de pressão e constante movimentação, onde cada pessoa tem um papel fundamental para que o show aconteça como planejado. Para os fãs, a percepção é de um show perfeitamente executado, mas, para quem está por trás das cortinas, é um processo dinâmico, cheio de desafios e soluções rápidas.” Por fim conclui, “a jornada como fã me deu uma visão muito genuína do impacto que shows e festivais têm nas pessoas. Eles são mais do que apenas entretenimento; são momentos de conexão, memórias, expressão e pertencimento, para a vida toda”.
Enquanto isso, fãs e produtoras permanecem em uma dança constante, alimentada por expectativas, surpresas e a promessa de momentos inesquecíveis. A euforia pode ser passageira, mas a paixão dos brasileiros pela música ao vivo e pelos grandes espetáculos parece ser eterna.
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Orientação: Profa. Karla Ehrenberg
Edição: Luísa Viana
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