Meio Ambiente

Áreas de queimadas em Campinas aumentam 143%

Por Henrick Borba 

Uma combinação entre excesso de calor e baixa umidade favoreceu que Campinas atingisse uma área destruída por queimadas de 1.528 hectares, equivalente a 15.280,00 milhões de m². Segundo um levantamento da organização MapBiomas, houve aumento de 143% se comparado ao mesmo período do ano passado, que atingia 627 hectares.

Pico das Cabras ficou totalmente queimado após incêndio atingir 120 hectares de área (Foto: Divulgação)

O maior foco de incêndio registrado, neste ano, foi na Serra das Cabras, que fica entre Campinas, Morungaba e Itatiba. Um homem, de 47 anos, foi preso após confessar que ateou fogo no Pico das Cabras e multado em R$ 6.749.972,50.

Segundo o Coordenador da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, os danos foram de grande proporção para a área. “Foram danificados 987 hectares de vegetação nativa e exótica, dentro e fora da área de preservação permanente de Campinas e da APA (Área de Preservação Ambiental) estadual”, disse. 

Outro fator que colabora para a incidência das queimadas, é a ação humana. “Às vezes o incêndio já estava contido, mas teve reignição em outro ponto, de forma criminosa. É essencial que a população colabore com essa situação e não jogue bitucas ou queime intencionalmente”, completa. 

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgou que Campinas registrou 911 focos de incêndio até o mês de setembro, número recorde da série que foi iniciada em 2018, e que mostra um aumento de 560%, se comparado ao ano passado, que registrou o número de 138 focos. Ainda segundo o Inpe, mais de mil incêndios foram registrados em setembro de 2024.  

Ângela Podolsky no documentários sobre degradação da Mata Atlântica (Foto: Arquivo Pessoal)

De acordo com Ângela Podolsky, ambientalista e presidente da ONG APAVIVA, os incêndios podem causar muito mais do que a destruição de uma área verde. “Os incêndios, sejam eles causados de forma natural ou criminosa, afetam todo um ecossistema da fauna e flora. A água depende das florestas, os animais produzem florestas porque sem roedores, aves elas não conseguem viver, então tudo tem um ecossistema interligado”, explica. 

A ambientalista explica que estamos com o pouco tempo para tentar reconstruir os fragmentos florestais e que, embora possa demorar séculos, há ainda essa possibilidade. “Estamos vivendo um momento de enfrentamento de mudanças climáticas que acelera o impacto das queimadas, das chuvas, então temos que conservar tudo aquilo que temos de natureza, por enquanto”, completa. 

RMC

Incêndio de médio porte atingiu a região do Jardim Capivari, em Campinas (Foto: Henrick Borba)

A Região Metropolitana de Campinas teve um aumento significativo nos números de área queimada em todas as cidades, sem exceção. Considerando somente o ano passado, uma das altas mais significativas foi em Valinhos, de 533%, devido aos grandes focos de incêndios na Serra dos Cocais e na Chácara Alpinas. 

Em Nova Odessa, incêndios atingiram diversas áreas particulares próximo à Avenida Ampelio Gazzetta e às margens da Rodovia Anhanguera, próximo do km 119, queimando um total de 148 hectares, um aumento de 957%, se comparado há 2023, com apenas 14 hectares queimados. 

As cidades vizinhas Americana e Santa Bárbara d’Oeste também tiveram aumentos significativos. Em Americana, os pontos de maior queima foram na região da Praia Azul e Jardim das Balsas, com 135 hectares de incêndio, 513% maior do que em 2023. Em Santa Bárbara d’Oeste 309 hectares ficaram incendiados, um aumento de 543% comparado a 2023, com apenas 48. 

Orientação: Profa. Karla Ehrenberg
Edição: Luísa Viana


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