Destaque
Convidada compartilhou sua trajetória e destacou a importância da escuta atenta e do diálogo, na última noite do evento
Por Melyssa Kell
Na noite de quinta-feira (25), ocorreu a última palestra da Jornada de Jornalismo, promovida pela Escola de Comunicação e Linguagem da PUC Campinas. O encerramento aconteceu com integração dos alunos de Mídias Digitais, que também participaram do Followeb. A palestra foi mediada pela professora Juliana Sangion, que teve como convidada Patrícia Lauretti, Coordenadora da Rádio e TV Unicamp.
A jornalista compartilhou sua trajetória acadêmica como ex-aluna da PUC Campinas, e fez uma retrospectiva de seu percurso profissional, ressaltando suas experiências no audiovisual. Atualmente, como coordenadora da Rádio e TV Unicamp, Lauretti ressalta que seu trabalho envolve, em grande parte, a interpretação de temas científicos, o que torna o diálogo com os cientistas essencial. “Na Unicamp, há algumas diferenças em relação ao mercado comercial. Eu trabalho em uma universidade pública […] a gente faz muita matéria de ciência, e vocês [alunos] já devem ter ouvido que o diálogo com cientistas e pesquisadores nem sempre é simples. Então, muitas vezes escrevemos um texto e eventualmente existe o diálogo com o orientador da pesquisa para esclarecer as coisas. Há todo um esforço de mediação e conversa”, afirma.
A coordenadora reforça que, no esforço de aproximar a produção acadêmica da vida cotidiana, a ideia é encontrar temas que conectem o que é produzido na universidade com o dia a dia das pessoas, especialmente no contexto audiovisual. “Temos buscado falar de forma cada vez mais direta com o público. Nem todos os temas permitem essa ‘[tradução]… Mas nós temos uma proposta por exemplo de apresentar dissertações e teses que dialoguem com a realidade dessas pessoas. O segredo é usar uma linguagem clara e objetiva.”
Ao comentar sobre as transformações do mercado e a crescente demanda por versatilidade, Lauretti destacou que houve uma mudança significativa nesse aspecto, com exigências diferentes do passado. “Antes, muitas vezes, a pessoa começava em uma área e permanecia nela. Hoje, não. Agora, você precisa ser bom em tudo, porque em breve vão pedir para gravar um vídeo, editar um reels, produzir e editar uma matéria, precisa saber fazer praticamente de tudo.”, diz.
A profissional finalizou a palestra pontuando que capacidade de ouvir com atenção e profundidade é fundamental para qualquer profissional de comunicação. Segundo a jornalista, escutar verdadeiramente os outros é mais importante do que focar em si mesmo. Ela ressalta que a falta dessa habilidade pode ser um erro grave para quem atua na área. “Como você escuta as pessoas? Como você ouve? Eu aprendi que é muito mais sobre os outros do que sobre você. Um jornalista ou qualquer profissional que trabalhe com comunicação e não sabe ouvir, isso é muito grave.”, afirma.
Além disso, ela destaca que vivemos em um período em que a falta de disposição para ouvir é evidente. E reforça que a essência do jornalismo está justamente na habilidade de escutar. “Estamos em um momento em que ninguém ouve ninguém, ninguém está disposto a escutar o outro. É cansativo. Mas o que é uma entrevista, um diálogo, ou a própria comunicação sem essa disposição?”, questiona. “Uma das coisas que mais aprendi nos últimos tempos foi parar e ouvir”, complementa.
Ao final da palestra, os alunos puderam fazer perguntas e trocar experiências com a convidada. O evento marcou o encerramento da Jornada de Jornalismo deste ano. A cobertura completa está disponível no perfil @jornalismopucc e no portal Digitais do curso.
Orientação: Profa Karla Ehrenberg
Edição: Mariana Neves
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