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Inscritos puderam participar de aulas de ballet e jazz ministradas por artistas renomados
Por: Laura Saroa
No último fim de semana, o município de Valinhos sediou pela primeira vez um festival internacional de dança com a presença de professores, alunos, bailarinos nacionais e internacionais, além de diversos grupos de dança do Brasil. O público pôde ter a chance de fazer aulas ministradas por artistas renomados, participar de competições em categorias como “Melhor bailarino”, “melhor coreógrafo” e “melhor grupo”, além assistir à espetáculos de danças de várias modalidades, como o ballet clássico, jazz e danças urbanas.
O evento deixou sua marca no cenário econômico e cultural da cidade. Ricardo do Vale, secretário da Cultura de Valinhos, destaca que o festival atraiu milhares de pessoas, e que consequentemente, houve maior movimento na economia local. “A gente tá sendo a capital da dança no estado de São Paulo, então assim, nós atraímos muitos turistas para cá. E logicamente esse volume de pessoas a mais que tem na cidade gera toda a economia de alimentos, shoppings e ao redores daqui”, afirmou.
Ainda segundo Ricardo do Vale, os custos para sediar o festival foram provenientes de emendas parlamentares e patrocínios adquiridos pela pasta. Mesmo assim, Vale esclarece que também houveram parcerias. “Os custos foram na sua grande maioria através de patrocínios, apoios culturais e de emendas parlamentares que a gente conseguiu aqui na cidade. Foram patrocínios como descontos na rede de hotelaria para os participantes, doações de camisetas, bonés, e a parte da logística. Pode-se dizer que a maioria foi doada, então a gente conseguiu fazer um leque de apoios para fazer o evento”, explicou.
Local escolhido para ser o espaço do festival, o Centro Cultural Vicente Musselli possui hoje mais de quatro mil alunos que fazem aulas entre as modalidades de música, teatro e dança. Durante o evento, nomes como Erika Novachi, Alex Soares, Patrícia Visconti e Jay Silva, estiveram presentes.
Thiago Meirelles Lopes, de 19 anos, é aluno do Centro Cultural desde 2018 e pratica as modalidades de ballet clássico e jazz. Ele esteve presente no primeiro dia do evento e participou de algumas aulas ministradas na parte da manhã. Segundo Thiago, a dinâmica de ensino dos bailarinos pôde trazer à ele uma experiência diferenciada, nunca antes experimentada.
Para Thiago, a presença desse festival internacional em Valinhos é muito importante, uma vez que é ciente de que é um privilegiado por já ter a oportunidade de participar de competições em outras cidades, como São José dos Campos Joinville, e considera necessário que todos os moradores tenham a chance de estar inseridos como um todo no meio artístico. “ É muito gostoso ver que os alunos do Centro Cultural, que muitas vezes não têm essa disponibilidade, não tem esse tempo e às vezes nem esse dinheiro, então é muito importante que esteja próximo da gente e o festival de Valinhos pôde proporcionar isso.”
Laura Barbosa, de 26 anos, é bailarina do Balé de Monterrey e primeira solista no México e concorda com Thiago em relação ao significado que o festival internacional de dança traz ao município de Valinhos. Na sua visão, apesar do Brasil ter uma cultura de dança muito expressiva, a falta de investimentos na categoria e a presença de um público maior em teatros, por exemplo, reflete em um trabalho de maior dedicação e paciência para que se obtenha um resultado positivo em relação ao meio artístico. “Essa coisa de ir ao teatro, ver dança, é uma coisa que eu acho que ainda é difícil na cultura do dia a dia do brasileiro. Eu acho interessante trazer mais investidores interessados para que se construa um público interessado, mas diria que é um passinho de formiga e é um plano de educação em formação.”
Membro do mesmo Ballet, o bailarino João Victor Alves Moreira, de 21 anos, é um exemplo entre muitos homens que sonham em ser parte de uma companhia renomada, como o Monterrey. Porém, apesar de hoje ser reconhecido no meio em que atua, João tem consciência de que ainda é um desafio a ser enfrentado por muitos, e por isso, deixa uma mensagem de incentivo para quem tem esse mesmo sonho. “O homem na dança ainda gera o preconceito, obviamente. A gente tá no século 21, mas ainda não amadureceu isso na cabeça de ninguém, mas se você tem vontade se dedica, foca no seu no seu trabalho, foca na sua carreira que com certeza que vai conseguir. É um processo de trabalhar muito para conseguir”, disse.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Giovanna Sottero
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