Ciência

Ital cria farinha de girassol com alto valor nutritivo 

Inovação promete mais benefícios econômicos para os produtores e indústrias alimentícias 

Por: Natália Rodriguez Costa, Rita de Cássia de Lima Miguel e Suelen Biason Gonçalves 

Uma pesquisa inovadora realizada no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi premiada no Congresso de Ciência e Tecnologia de Alimentos. O estudo promove a substituição da farinha tradicional por farinha de girassol, utilizando técnicas que minimizem o impacto ambiental e preservem os nutrientes da matéria-prima. 

Processo de produção da farinha de semente de girassol (Foto: Acervo Pessoal)

Os pesquisadores adotaram o ultrassom de alta intensidade para a produção de farinha de girassol, evitando o uso de compostos químicos. “Nós queríamos utilizar metodologias sem o uso de compostos químicos, tanto para o processo de extração do óleo como dos compostos fenólicos. Um processo totalmente verde e diferente do que é usualmente empregado, processos mais amigáveis ao meio ambiente por não gerar resíduos químicos, atendendo o conceito de economia circular por aproveitar um subproduto da cadeia de produção do óleo comestível, assim como mais saudável para o consumidor”, explicou Maria Teresa Bertoldo Pacheco, pesquisadora do Ital. 

Utilizando CO2 supercrítico, a equipe reduziu em até 90% o teor de óleo da torta de girassol e em 83% os compostos fenólicos, preparando o material para a extração assistida por ultrassom. Este método preserva os nutrientes e compostos bioativos, respeitando as tendências de sustentabilidade e valorização de produtos naturais. 

A farinha de girassol resultante tem um alto teor proteico (cerca de 45% após a extração do óleo) e é rica em vitaminas e minerais. Com um sabor neutro, é mais versátil que outras farinhas vegetais, podendo ser usada na panificação, na elaboração de massas e como fonte de proteína em produtos que imitam a proteína animal, como biscoitos, almôndegas e hambúrgueres. 

Maria Teresa Bertoldo Pacheco, pesquisadora do Ital (Foto: Acervo Pessoal)

“A implementação deste processo pode trazer benefícios econômicos significativos para produtores de girassol e indústrias alimentícias. Ao valorizar subprodutos da extração de óleo, a técnica contribui para uma cadeia produtiva mais eficiente e lucrativa, além de atender ao mercado crescente de produtos proteicos vegetais”, afirmou a pesquisadora. 

Este projeto não apenas revoluciona a produção de farinha de girassol, mas também aponta para um futuro mais sustentável e economicamente viável para a indústria alimentícia global. O reconhecimento no Congresso de Ciência e Tecnologia de Alimentos em Roma sublinha a importância desta tecnologia promissora, que combina inovação, sustentabilidade e saúde. 

Orientação: Prof. Artur Araújo

Edição: Mariana Neves


Veja mais matéria sobre Ciência

Era uma vez uma luva que fez um pianista voltar a tocar 


O empreendedor Ubiratan Bizarro conseguiu fazer do seu negócio um instrumento de inclusão 


IA de Firefly

Estudo avalia veneno de aranha na luta contra o câncer 


Substância pesquisada na Unicamp revelou propriedades antitumorais consideradas promissoras 


Insegurança alimentar aumenta e preocupa especialistas 


Apesar de ações solidárias e do poder público, situação afeta famílias em vulnerabilidade  


Estudo revela como óleos vegetais fortalecem os cabelos 


Pesquisa mostra como produtos à base de argan, abacate e coco podem reparar danos capilares 


Veneno da cascavel pode virar remédio anti-inflamatório 


Pesquisa do Instituto Butantan igualmente viu o potencial antitumoral na serpente 


Quando o relatório ambiental camufla a realidade 


Pesquisa mostra que prestações de responsabilidade ambiental podem ocultar sérios problemas 



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.