Destaque
Campinas e São José dos Campos são referências nacionais; especialistas destacam vantagens
Por Ana Beatriz Viana e João Vitor Bueno
Nos últimos anos, a busca por alternativas sustentáveis de transporte tem ganhado destaque nas discussões sobre mobilidade urbana e preservação ambiental. Nesse contexto, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem se mostrado pioneira ao adotar ônibus elétricos em sua frota interna, contribuindo significativamente para a redução de emissões de carbono e a promoção de um ambiente mais limpo. O projeto Campus sustentável se iniciou em 2017 e há previsão de que 15 ônibus elétricos circularão pela faculdade.
Luiz Carlos Pereira da Silva, coordenador do programa Campus Sustentável, disse em audiência, realizada na Unicamp no dia 11 de junho, que a universidade está se aprimorando e desenvolvendo soluções no campo da eletromobilidade. “Nesse período, a gente desenvolveu muita pesquisa. Adquirimos conhecimento sobre a operação otimizada dessa tecnologia: qual a estratégia de recarga de baterias para prolongar a vida útil, quais as melhores rotas para os veículos etc., acumulando conhecimentos que podem ser muito importantes”, destacou Silva.
Em São José dos Campos, a Prefeitura está aprimorando o plano de eletromobilidade da cidade. A criação da linha verde, conectando as regiões sul e leste — as mais populosas — foi feita pensando na sustentabilidade, onde todos os ônibus que percorrem essa linha são elétricos. José Luiz Rogê Ferreira Grieco, professor doutor na PUC-Campinas e especialista em mobilidade urbana, cita que São José dos Campos é uma referência nacional, que deveria ser seguida.
“São muitos benefícios, a redução da poluição ambiental e sonora, conforto para os passageiros. Serve também para impulsionar e melhorar a infraestrutura urbana e social”, completou o professor. Segundo o portal Mercado na Rede, especialista na comercialização de ônibus, os ônibus elétricos apresentam maior rendimento e eficiência, chegando a registrar um aproveitamento de 90% contra 40% dos motores a diesel. “A longo prazo, com a amortização dos custos operacionais, a tendência é que o preço das passagens se reduza”, concluiu Grieco.
Um dos principais parceiros das cidades nesta iniciativa é a BYD, gigante chinesa do setor de veículos elétricos, que vem consolidando sua presença no Brasil, especialmente na região de Campinas. Fundada em 1995, a BYD (Build Your Dreams) se tornou referência em tecnologias de energia limpa, produzindo desde baterias recarregáveis, veículos elétricos e sistemas de energia solar. A entrada da BYD no Brasil ocorreu em 2013, com a inauguração de sua primeira fábrica em Campinas.
O diretor institucional, Marcello Von Schneider, diz que a iniciativa da Unicamp contribui para a popularização de frotas eletrificadas no Brasil, “Quanto mais dados e informações científicas forem apuradas em uma pesquisa desse porte, maior será a contribuição”, afirmou.
No âmbito ambiental, a substituição de ônibus a diesel por elétricos têm um impacto direto na redução das emissões de gases de efeito estufa. De acordo com estudos da Agência Ambiental Europeia, um ônibus elétrico pode reduzir em até 135 toneladas de CO2 por ano em comparação com um ônibus a diesel. Essa redução é crucial para combater as mudanças climáticas e melhorar a qualidade de vida nas áreas urbanas.
Os ônibus elétricos fazem parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento financiado pela CPFL Energia, por meio do programa de pesquisa e desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A iniciativa inclui um eletroposto para carregamento das baterias e ponto fica localizado no estacionamento da biblioteca central. O objetivo é avaliar os benefícios desse tipo de veículo e o funcionamento do posto de recarga. Com isso, será possível comparar os impactos ambientais em relação ao de ônibus a diesel.
Orientação: Prof. Artur Araújo
Edição: Mariana Neves
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