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Eli Borochovicius observa que a inflação pode gerar uma falsa impressão de crescimento
Por Bruno Costa
Para o professor de finanças da PUC-Campinas, Eli Borochovicius, o crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre de 2024 era esperado, “uma vez que fatores como o pagamento dos precatórios, a inflação controlada e a redução gradual da taxa básica de juros favoreceram a atividade econômica”. Borochovicius faz um comparativo com o mesmo período do ano passado: “no primeiro trimestre de 2023, o crescimento foi de 1,2%, sendo o setor do agronegócio o principal responsável por esse avanço”, explicou.

No início de 2024, a economia brasileira se depara com desafios significativos, sendo a inflação um dos principais fatores de pressão sobre vários setores. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) forneceram um retrato abrangente e detalhado, destacando variações nas áreas econômicas.
De acordo com os dados do IBGE, o crescimento não se distribuiu uniformemente pelos setores econômicos. O comércio e os serviços foram os que mais se expandiram, impulsionados pelo consumo das famílias. Em contrapartida, a indústria teve queda de 0,1%. A taxa de poupança das famílias também caiu significativamente, para 16,2%, enquanto a taxa de investimentos se manteve relativamente estável, em 16,9%, abaixo entretanto dos 17,5% do mesmo período do ano anterior.
A inflação gera incertezas econômicas que desestimulam o investimento e prejudicam o crescimento, causando distorções nos preços relativos e ineficiências. Além disso, afeta desproporcionalmente as camadas menos favorecidas, que têm menos acesso a instrumentos financeiros para se proteger da inflação. Para Borochovicius, “quanto maior a inflação, a tendência é o país apresentar um PIB nominal maior, mascarando o resultado para os observadores desavisados, que devem olhar para o PIB real para evitar uma análise enviesada”, ponderou.

A política monetária adotada pelo Banco Central tem impacto direto sobre a economia nacional, influenciando desde o controle da inflação até o estímulo ao crescimento econômico. As decisões sobre taxas de juros, oferta de moeda e outras medidas moldam o ambiente financeiro e de crédito, afetando diretamente o consumo das famílias, os investimentos das empresas e a estabilidade macroeconômica. Assim, a eficácia e a precisão das políticas monetárias são cruciais para sustentar um desenvolvimento econômico saudável e equilibrado ao longo do tempo.
Neste contexto, o mercado entende como fundamental que o governo adote políticas econômicas que busquem o equilíbrio das contas públicas para evitar um aumento do déficit e potenciais crises financeiras. O equilíbrio fiscal fortalece a confiança dos investidores e mantém a estabilidade macroeconômica, permitindo ao governo responder em momentos de adversidade econômica. Políticas de controle de gastos, aumento da eficiência tributária e medidas para impulsionar a receita são essenciais para garantir a sustentabilidade das finanças públicas a longo prazo, protegendo a economia contra riscos de instabilidade e promovendo um ambiente propício ao crescimento econômico sustentável.
Orientação: Prof. Artur Araújo
Edição: Mariana Neves
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