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Para economista Roberto Brito, eventos universitários são meio de fomentar empreendedorismo
Por Marina Picon e Raissa Fernandes
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) reúne 38 Instituições de Ensino Superior (IES) cadastradas no MEC. Neste cenário, as festas e jogos universitários desempenham um papel significativo na economia local. Durante o período letivo, bares, casas de eventos e organizações estudantis são impactados por essas atividades, que movimentam a economia de diversas maneiras.

Douglas Marajoli, proprietário do Pocoloco Bar, localizado na região do Campus I da PUC-Campinas, tem como público majoritário os universitários. Ele revela como as festas universitárias influenciam o funcionamento do seu estabelecimento: “Não abrimos o período de férias. Os alunos saem de férias e fechamos o bar. Reformas ou ajustes que precisam ser feitos no prédio, realizamos em julho e janeiro”, explicou. Durante os meses letivos, o bar vê um aumento específico no movimento, especialmente de quarta a sexta-feira, dias em que, normalmente, ocorrem as festas organizadas pelos estudantes e atléticas. “Contratamos três funcionários extras para esses dias”, acrescentou Marajoli.
Os eventos contam com a organização das atléticas, que são organizações formadas por estudantes de uma universidade ou faculdade com o objetivo de promover e organizar atividades esportivas, sociais e culturais entre os alunos. Júlia Mokarzel, presidente da atlética Comunica Puccamp, explica como os eventos são fundamentais para a sustentabilidade financeira da atlética: “a Atlética gira em torno do esportivo. Tudo que a gente faz que gere dinheiro, vai para custear quadras, técnicos e material pros atletas. E também instrumentos e manutenção para nossa equipe de bateria, a Batuca! Os eventos são nossa maior fonte de renda. Todo mês temos um ou mais eventos para arrecadar dinheiro”, afirmou Mokarzel, acrescentando ainda que a organização de eventos se inicia com uma planilha detalhada, que estima custos e define preços de ingressos.

A Atlética enfrenta desafios constantes para manter o financiamento dos técnicos e quadras, pois não recebe nenhum apoio financeiro. Mokarzel relata a incerteza do mundo dos eventos, explicando que uma festa que deu muito lucro em um ano, no seguinte pode não dar nem metade do lucro ou até gerar prejuízo. Apesar disso, a presidente da Comunica Puccamp acredita que as festas universitárias têm uma influência financeira significativa na região de Campinas, gerando muitos empregos e movimentando a economia local.
O Pocoloco Bar também se envolve com eventos universitários. “Sempre tem ativações dos eventos universitários, onde só cedemos o espaço para a atlética vender seu próprio drink e levantar um dinheiro pro seu caixa. Não nos beneficiamos em repasse de atlética e não temos parcerias diretas com universidades”, declarou Marajoli.
O economista Roberto Brito traz a visão que alguns órgãos públicos podem ter sobre esses eventos: “existem eventos universitários que causam traumas. Em algumas situações, como jornadas esportivas, no caso brasileiro, muitas vezes provocam grandes danos ao espaço público, gerando uma confusão exacerbada ou preocupações mais graves com a saúde dos participantes, o que acaba causando preocupação, sendo indesejadas”, comenta Brito.

Apesar dessas questões, Brito destaca o papel positivo dos eventos universitários no fomento ao empreendedorismo: “as universidades hoje buscam formar alunos que possam ser criadores de mercado. Muitas inovações na economia digital têm origem em laboratórios universitários”. Ele também sugere que o Brasil pode se beneficiar ao se espelhar na cultura esportiva universitária norte-americana. “Lá muitas cidades vivem em função da jornada esportiva universitária, o que poderia ser uma referência para o desenvolvimento do esporte universitário no nosso país”, acrescentou.
Festas e eventos universitários têm a intenção de além de arrecadar valores financeiros para as atléticas, gerar maior integração e vivências dentro deste período universitário. Estabelecimentos locais aproveitam determinados momentos para garantir o melhor desempenho local, gerando maior empreendedorismo, dentro de seus limites estabelecidos. O economista conclui ainda que os setores de serviços, vinculados a atividades turísticas, hotelaria, alimentação, lazer, cultura, mobilidade urbana e entretenimento, são os que se destacam neste momento.
Orientação: Prof. Artur Araújo
Edição: Mariana Neves
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