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Artista visual produz mapas ilustrados de Campinas

Em parceria com prefeitura, Filipi Lilla vai lançar um guia ilustrado com os pontos turísticos

Por: Rafael Smaira

“Desde pequeno sempre gostei de observar as construções antigas e casas coloniais de São Luís “, afirma o maranhense Filipi Lilla (Foto: Olufemi)

Com a caneta na mão e um olhar atento sobre a cidade, o maranhense Filipi Lilla Gomes, de 34 anos, deixou seu emprego na área de vendas para trabalhar com a arte que produz. Morador há 22 anos do distrito de Barão Geraldo, em Campinas (SP), o artista visual estampa quadros e canecas com cenas do cotidiano de meios urbanos. “Desenho coisas que fazem parte do meu dia a dia: como as pessoas se relacionam com a cidade e como ocorrem mudanças ao longo do tempo”, aponta o artista.

Lilla trabalha atualmente na produção de uma série de mapas ilustrados de pontos turísticos de Campinas e seus arredores. O projeto, feito em parceria com a Secretaria Municipal de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo, será disponibilizado no Aeroporto Internacional de Viracopos, na rodoviária de Campinas e em ambientes de circulação de pessoas que vêm de fora da cidade a trabalho ou lazer.

A produção contemplará a região central de Campinas e os distritos de Barão Geraldo, Sousas e Joaquim Egídio. Nos cinco mapas estarão pontos turísticos e populares de Campinas, como a Torre do Castelo, a Escola de Cadetes, a Catedral Metropolitana, o Jockey Clube, a Estação Cultura, o Mercado Municipal, a Caravela do Taquaral, o Bosque dos Jequitibás, o Centro de Convivência e o Paço Municipal. Além deles, serão representadas nos mapas as principais avenidas que cortam a cidade, com acesso ao aeroporto e rodoviária.  “Essa é uma oportunidade para conhecer mais a cidade, entender como ela se formou e como acontece a vida aqui, atualmente”, comenta. A meta do artista é finalizar o projeto este ano.

Esboço da carreira

O desenho sempre esteve presente na vida do artista, que não consegue delimitar o início de sua trajetória na arte. Quando criança, morando em São Luís (MA), Lilla já fazia os primeiros riscos. “Desde pequeno sempre gostei de observar as construções antigas e casas coloniais de São Luís e desenhava algumas cenas. Cheguei a me destacar em concursos na época da escola”, relembra.

As obras de Lilla são comercializadas em quadros, camisetas e canecas inspiradas nos locais visitados pelo artista (Foto: Arquivo pessoal)

Na adolescência, seu destino começou a mudar. Aos 13 anos, seu pai foi transferido para Campinas e a família se mudou para Barão Geraldo. Na nova cidade, o maranhense fez cursos de desenho e pintura, além de estudar por conta própria. Já adulto, ele concluiu a graduação em Propaganda e Marketing e seguiu na área administrativa e de vendas, além de empreender em um negócio com a família. Em 2014, no entanto, ele decidiu largar o emprego de corretor imobiliário para se dedicar unicamente à arte.

“No meu antigo trabalho [como corretor] eu viajava muito e presenciava diversas cenas interessantes em outros estados. Também conhecia pontos turísticos de outros lugares e isso sempre me despertou curiosidade”, conta o artista. “Mas sentia muita falta de desenhar, de me expressar, porque a arte para mim sempre foi olhar para a vida e interpretá-la”.

Desde que decidiu viver unicamente de sua arte, Lilla se sente um homem realizado. “Atualmente atendo empresas ou clientes que me procuram para desenhos sob demanda, além de produzir quadros e canecas de cidades como Campinas e São Paulo. É muito gratificante cada projeto entregue a quem prestigia meu trabalho”, afirma.

Vida de artista

Para o artista, um momento marcante em sua carreira foi em 2010, quando organizou a exposição “Todo dia é dia”, na Casa do Lago, na Unicamp. Nesta mostra, ele expos seus primeiros trabalhos. “Nunca tive uma satisfação tão grande em me empenhar e concretizar algo. Naquele momento, apesar de ainda continuar no meu emprego por mais oito anos, percebi que gostaria de viver disso [da arte]”, explica.

Para o futuro, o artista planeja montar um livro ilustrado sobre Barão, contando a história da sua formação, mas focado nos dias atuais. Como recurso narrativo, o próprio distrito será o personagem que contará sua história.

O artista visual é um atento observador de ambientes urbanos e cenários populares (Foto: Olufemi)

Orientação: Profa. Cecília Toledo

Edição: Oscar Nucci


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