Destaque
Dos 121 profissionais atuantes na cidade, apenas sete são mulheres
Por Larissa Follegati, Natália Velosa e Michelle Mayumi
Dados do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) mostram que, em Campinas, dos 121 profissionais da urologia, apenas sete são mulheres. É a especialidade com menos mulheres na medicina, segundo a Demografia Médica no Brasil de 2018.
Para a Dra. Elaine Bronzatto, que é urologista em Campinas há oito anos, o baixo número de mulheres nesta especialidade se deve à frequente associação da urologia à próstata e ao universo masculino, mas pontua: “a próstata também pode ser tratada por uma mulher, e a urologia é uma especialidade que também cuida dos rins, transplante renal, da bexiga, cálculo renal”.
Em atendimentos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), Elaine relata já ter sofrido discriminação por pacientes que não podiam optar por médicos homens no agendamento. “Depois, com o passar do tempo, os pacientes entendiam que o que valia era a competência e não o gênero”, completou.
Segundo a médica urologista, embora o gênero feminino ainda seja minoria na especialidade, estes números vêm crescendo, mas admite sentir uma cobrança maior em mulheres do que em homens por um bom desempenho profissional e acadêmico. “A mulher para se destacar tem que se policiar muito para minimizar qualquer falha […] para que não ouça aquela frase: tá vendo? É mulher!”, afirmou.
Entre as patologias tratadas por urologistas, com frequência estão a incontingência e infecção urinária, que acometem principalmente mulheres. A Sociedade Brasileira de Urologista estima que 50% das mulheres apresentem recorrência de infecção urinária.
Este é o caso da aposentada Guiomar de Jesus, de 75 anos que enfrentou momentos difíceis com infecção urinária e só conseguiu ser diagnosticada corretamente após visitar vários profissionais. “Fiquei hospitalizada dez vezes na UTI, pois a infecção estava se alastrando para os rins e sangue […] é muito dolorido”, relatou.
Guiomar disse que seu diagnóstico foi dado por um urologista homem, mas que já se consultou com profissionais de ambos os gêneros e que tem preferência pelo atendimento com mulheres: “A gente tem mais liberdade, conversa mais e fica mais à vontade”, disse.
Orientação: Professora Juliana Sangion
Edição: Guilherme Maldaner
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